Caros amigos. Me perdoem, mas vou ser piegas e choroso nesta post.
Vim mimbora para a estância. Tenho saudade de me aconselhar e me consolar com os bichos, as vacas, os terneiros, as ovelhas ,os cavalos, sinto falta do cheiro de pasto, dos cuscos, da peonada, dos meus amigos do Piscina Tênis Clube de Santiago, dos meus vizinhos.
Precisei largar tudo. Saí 5,30 de Xangri, dei um cruzo por PA e já cheguei.
Me tranquei na casa e estou lendo o diário da fazenda e examinando o livro-caixa. Logo mais vai começar a atardecer. Vou sair pelos cheirosos campos.
Quero ver se me concentro e consigo conversar com algumas dessas alminhas que se foram ontem. Quero pensar nesses adolescentes tão belos, quero conversar com essas menininhas tão graciosas, quero chorar com os pais, avós e irmãos que tiveram que ficar aqui no mundo terreno.
Não consigo entender essas partidas tão prematuras.
Deveria ELE que comanda tudo, se me for permitida a observação, ter levado caras como eu, que já tive filhos, netos, aproveitei muito bem a vida, mas não chamar para junto a si essa gurizada , que nada ainda tinha provado do néctar da vida.
Talvez, na solitude dos campos, só eu e meu cavalo, encontre algum sentido nessa passagem por aqui.
Não consigo afugentar de mim a foto daquela mãe ajoelhada, abraçada ao caixão da filha.
Queria tanto voltar a acreditar em Deus...