A mensagem do Pr. Silvio Meincke acompanhada da bela poesia intitulada “Paz na Criação” e a resposta do Ruy, tratam de temas consistentes e fornecem substrato para escrever um tratado sobre agricultura, ecologia, administração rural, etc. e tal, como invariavelmente ocorrem com os temas abordados por essa confraria de pensadores nessa Ágora Virtual.
Para não me alongar em demasia e já me alongando, enfocarei apenas dois aspectos:
a) administração rural (dons de Deus);
b) a questão ecológica (obra criacional de Deus).
Nós operários do direito sabemos que, mais do que uma profissão, essa atividade é uma “cachaça”, que vicia e absorve quase totalmente o pobre vivente ou devo dizer a vítima. Assim, é algo incomum uma pessoa que passou boa parte da vida em gabinetes, debruçada sobre os livros, de repente virar um exitoso homem do campo, exitoso, aliás, em todos os sentidos, com uma visão moderna e amistosa de convivência fraterna e respeitosa com a natureza e com o agrupamento humano circundante e de alhures.
Encanta-me sobremodo a multiforme Graça do Bom Deus, assim como sua infinita criatividade ao dotar o imerecedor ser humano de multi-dons. Há um ou outro dom que é dominante e se sobressai, e muitos outros dons ficam em estado latente aguardando a oportunidade de manifestação, sem olvidar que, a capacidade de aprendizado também é um dom.
A segunda questão que reputo muito importante é a ecológica (obra criacional de Deus).
Eu percebo Deus como um ser ecológico, criador e defensor da vida. O cristianismo contemporâneo não vem contribuindo para que a humanidade tenha uma postura de cuidado e preservação da natureza, do planeta, de tudo o que Deus criou com tanto amor e com tanta beleza.
É muito nítida na atualidade a total ausência de reverência da humanidade pela obra criacional de Deus.
O Espírito Santo já alertara Paulo que, na sua carta aos Romanos disse:
“... a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por causa do que a sujeitou... (...) Porque sabemos que toda a criação geme e está juntamente com dores de parto até agora.” (Rm 8: 20,22).
No Brasil as Igrejas são omissas e silentes quanto à destruição do planeta. Somente este ano é que a Igreja Romana através da CNBB (confederação nacional dos bispos brasileiros) se posicionou oficialmente, ainda que timidamente, contra a destruição da natureza, e, tomo conhecimento agora, através do Pr. Meicke, que a Igreja Luterana (IECLB) também se posicionou, sendo a Paz na Criação o tema do ano.
Homens como o Pr. Silvio Meincke e o Ruy Gessinger merecem todo o nosso respeito e nossas homenagens por suas posturas de PRESERVAÇÃO e DEFESA da natureza que é uma obrigação de todos os habitantes do planeta e que decorre de um impositivo singelamente lógico se compararmos o planeta a um barco ou uma canoa, destruam a embarcação e morrerão afogados.
Cuidar da “nossa casa” é não é difícil, basta fazer um pouquinho a cada dia, como disse Francisco de Assis, o primeiro ecologista, "Comece fazendo o que é necessário, depois o que é possível, e de repente você estará fazendo o impossível.”
Abraço
Rogowski