Para formar e
formatar a opinião da coletividade em que atua,
os meios de comunicação sempre contam com a ausência de
conhecimentos históricos, políticos e
econômicos de quem os lê, vê e ouve. Uma vez que torna tão desvalida e inerme sua pretensa massa crítica, aprofunda sua situação
acrítica e não tem nenhum interesse em retirá-la do limbo dos desconhecimentos
e das desinformações.
Era com esta situação do povo americano que contava Orson Welles
quando dramatizou pelo rádio a novela de Herbert George Wells “ A guerra dos Mundos “.Corria o ano de
1938,os EEUU ainda não tinha se recuperado da grave crise econômica da década,
estava às vésperas da segunda guerra do século,desencadeada pelas potências
imperialistas de turno, os americanos se encontravam muito nervosos, inseguros
e num absoluto estado de graça do que verdadeiramente se passava em seu país e no mundo.
Welles então, elaborou um programou de rádio que criou o
pânico em milhões de americanos de costa a costa. O rádio à época era ouvido em
todas as famílias do país que se juntavam em torno dele depois da janta para se
entreter, que ninguém se dispunha ouvir notícias desagradáveis depois de um dia
estafante de trabalho. De repente, desse eletrodoméstico amigo, aconchegante
como o gato ou o cão da casa, surgiram notícias de avassaladora destruição
apocalíptica. Hordas de marcianos estavam invadindo a terra. O gênio
histriônico de Welles a relatava com grande convicção e assim despertou
sentimentos que certamente estavam em algum lugar secreto da consciência da
população.E estes eram, certamente temores, terrores e incertezas quanto ao
futuro da sociedade americana.
O momento histórico que estamos vivendo em nosso país, está
sendo midiaticamente profetizado por incertezas, dúvidas, pessimismo e mesmo
por previsões da invasão de uma horda de leis restritivas às conquistas
populares criadas pelos últimos governos e originadas, tais leis, no espaço
sideral do governo planaltino para depois das eleições. As más
previsões, até já usufruem do gozo de sermos derrotados fragorosamente na
esperada disputa esportiva do próximo mês de junho. Mas, sendo evidentes e incontestáveis os
progressos sociais como o pleno emprego, o aumento do consumo de bens e
serviços devidos à entrada no mercado de 40 milhões de brasileiros, a inflação
controlada, as excelentes safras, a extensão de cuidados médicos todos os
rincões do país, fica difícil, portanto, diante de todos esses fatores
positivos, insuflar nas diversas camadas populares, o pessimismo, a
desesperança e o pânico desejados por alguns setores políticos. Nem mesmo
conseguem modificar as preferências eleitorais comprovadas nas muitas pesquisas
já realizadas.
E depois, cá para
nós, os arautos do catastrofismo que excretam diariamente previsões de
desgraças e desalentos por certos meios de comunicação, não têm, nem de longe,
a genialidade da dupla Wells e Welles, realmente uma dupla do barulho.