Certas coisas são fugidias, como essas amizades que se fazem em excursões de viagens. "Nunca mais vamos nos separar, todos os anos vamos nos encontrar".
Não dura um ano e todo mundo atira fora os cartões e deleta os mails.
As amizades de infância, se interrompida a convivência por longo tempo, vão para um limbo sem ar nem calor. A gente respeita, quer bem, mas já se é estranho. E a conversa se cinge às molecagens de cem anos passados.E dura 5 minutos. É um saco.
As turmas de faculdade são problemas depois de uns dez anos. Uns deram certo, outros não. A maioria se divorciou ou está no quarto casamento. E ainda tem a ciumeira contra os que tiveram sucesso na vida. E, ó Freud! nos encontros renascem, depois do terceiro chopp, as querelas daquele tempo. Por isso nunca tomo nada de álcool nessas ocasiões. E costuro a língua nos beiços.
O mal dos almoços ou jantas de turma disso ou daquilo é que os caras guardaram tua fotografia do tempo de convivência e ficam brabos porque não queres mais falar nisso, tomaste outros caminhos, tens outros filhos, estás morando em Berlin. Não. Querem porque querem te chatear recordando a vez que vomitaste em pleno barzinho do centro acadêmico .