Toda vez que eu vou a Santiago, compareço religiosamente na Veterinária do seu Dejalmiro.
Lá tem umas poltronas onde os pecuaristas e os granjeiros se reúnem para "prosear".
Muito aprendi lá.
Seu Eloy era estancieiro e, em 2010, aos 80 anos, formou-se em Direito.
Seu Eloy me queria bem e eu o adorava pela sua sapiência.
Venho agora a saber que meu amigo morreu.
Seu Eloy, eu nem sabia que o senhor estava no Hospital, muito menos que tinha morrido.
Furioso, interpelei meus funcionários e minha própria mulher.
Retrucaram-me que tinha dado nas rádios Santiago, 99 FM, Verdes Pampas, Itu, todas de Santiago.
E eu com isso, né seu Eloy. O senhor sabe que eu moro mesmo é em P. Alegre e Unistalda e não passo o dia inteiro ouvindo rádio, mesmo porque nenhuma delas pega em P. Alegre e algumas também não lá na fazenda.
Seu Eloy, a culpa é minha também, porque há um mês não ia no seu Dejalmiro.
Então seu Eloy, naquela terça feira de fim de novembro, quando o abracei e lhe disse tchau, foi nosso adeus. Seu abraço foi forte e seus olhos me olharam nos meus olhos.
Vou visita-lo amanhã, sem falta, no cemitério.
Pedindo seu perdão pela minha falta.