quarta-feira, 26 de novembro de 2014

SOBRE BEBÊS E CRIANÇAS - MAIL DO RENOMADO DR. FRANKLIN CUNHA


Prezado Des. Ruy

O diálogo lúdico e lúcido com sua neta, nos fez relembrar estudos feitos por nós ( Franklin cunha, gineco-obstetra e Iole da Cunha, neonatologista) ao longo de 40 anos de nossas carreiras médicas dedicadas às gestantes e às crianças.

Daí o texto – longo porém cremos que apropriado  e atualizado – dedicado aos pais e aos cuidadores de crianças em geral.

Aceite nosso abraço

FC e IC.

 

 

William Wordsworth(1770-1850) poeta e  dramaturgo inglês cunhou a frase ; A criança é o pai do homem “.

 

A partir do “ conselho “ de um poeta ( visionários, como sempre, eles o são)do século 19 os pediatras mais atilados passaram a interpretar a infância com  inovadoras perspectivas.

 

E explicamos porque.

 

.

As condições de saúde no início da vida são

fortes determinantes da saúde do adulto e isto

não tem merecido atenção suficiente ainda nos

dias de hoje. Entretanto, os novos conceitos trazidos

pela epigenética sobre como as interações

entre genes e ambiente podem modificar um tra-

ço ou uma predisposição genética sem alterar o

genoma têm merecido atenção e devem modificar

o olhar sobre a criança. Epigenética é um

campo da biologia que estuda as interações causais

entre genes e seus produtos que são responsáveis

pela produção do fenótipo. Assim sendo,

a história de vida dos sujeitos, começando na

infância com o padrão nutricional, de crescimento

e hábitos de vida, pode influenciar o fenótipo do

individuo e, consequentemente, sua qualidade de

vida futura e isto pode mudar o olhar sobre a

saúde da criança..

Nesse cenário, a teoria da origem desenvolvimentista

da saúde e da doenças sustentada inicialmente por uma série de axiomas

e após por demonstrações empíricas e experimentais,

surge como uma área de pesquisa dedicada

a esclarecer as relações entre eventos ocorridos

em fases precoces do desenvolvimento e

determinados padrões de doença e saúde ao longo

da vida. A construção de novos conhecimentos

advindos dessa área foram oferecidos para

demarcar mudanças tanto de ordem financeira

organizacional como também em termos de políticas

públicas na área da saúde e do bem-estar

social.

 

 A NEUROCIÊNCIA E A CRIANÇA DE ZERO A TRÊS ANOS
Por Sandra Sisla

Estes trechos do trabalho da neonatologista Iole da Cunha de Porto Alegre, podem nos elucidar as evidências e percepções que temos a respeito da importância das vivências e experiências, desde a gestação até três anos de idade, na construção e formação do individuo como um todo, com explicação ciêntifica comprovada.
Há muito pouco tempo tanto a medicina quanto a educação tinham concepções limitadas quanto à importância e à magnitude destes três primeiros anos de vida, dando ênfase somente aos cuidados orgânicos e corporais como sendo suficientes para a saúde básica, tanto que só há alguns anos as creches tornaram-se parte responsáveis pela educação e não mais da área da saúde passando a considerar que cuidar também é educar.
É certo que alguns autores e estudiosos vêm ampliando sua compreensão e atenção sobre os bebês especialmente profissionais que lidam com os aspectos afetivos emocionais, porem ainda se encontram concepções bem limitadas ou equivocadas especialmente em ambientes institucionais como escolas na educação infantil, ambulatórios e hospitais/maternidade.