Prezado Des. Ruy
O diálogo lúdico e lúcido com sua
neta, nos fez relembrar estudos feitos por nós ( Franklin cunha,
gineco-obstetra e Iole da Cunha, neonatologista) ao longo de 40 anos de nossas
carreiras médicas dedicadas às gestantes e às crianças.
Daí o texto – longo porém cremos
que apropriado e atualizado – dedicado
aos pais e aos cuidadores de crianças em geral.
Aceite nosso abraço
FC e IC.
William Wordsworth(1770-1850) poeta e dramaturgo inglês cunhou a frase ; “ A criança é o pai do homem “.
A partir do “ conselho “ de um
poeta ( visionários, como sempre, eles o são)do século 19 os pediatras mais
atilados passaram a interpretar a infância com
inovadoras perspectivas.
E explicamos porque.
.
As condições de saúde
no início da vida são
fortes determinantes
da saúde do adulto e isto
não tem merecido
atenção suficiente ainda nos
dias de hoje. Entretanto,
os novos conceitos trazidos
pela epigenética
sobre como as interações
entre genes e
ambiente podem modificar um tra-
ço ou uma
predisposição genética sem alterar o
genoma têm merecido
atenção e devem modificar
o olhar sobre a
criança. Epigenética é um
campo da biologia que
estuda as interações causais
entre genes e seus
produtos que são responsáveis
pela produção do
fenótipo. Assim sendo,
a história de vida
dos sujeitos, começando na
infância com o padrão
nutricional, de crescimento
e hábitos de vida,
pode influenciar o fenótipo do
individuo e,
consequentemente, sua qualidade de
vida futura e isto
pode mudar o olhar sobre a
saúde da criança..
Nesse cenário, a
teoria da origem desenvolvimentista
da saúde e da doenças
sustentada inicialmente por uma série de axiomas
e após por
demonstrações empíricas e experimentais,
surge como uma área
de pesquisa dedicada
a esclarecer as
relações entre eventos ocorridos
em fases precoces do
desenvolvimento e
determinados padrões
de doença e saúde ao longo
da vida. A construção
de novos conhecimentos
advindos dessa área
foram oferecidos para
demarcar mudanças
tanto de ordem financeira
organizacional como
também em termos de políticas
públicas na área da
saúde e do bem-estar
social.
A NEUROCIÊNCIA E A CRIANÇA DE ZERO A TRÊS ANOS
Por Sandra Sisla
Por Sandra Sisla
Estes
trechos do trabalho da neonatologista Iole
da Cunha de
Porto Alegre, podem nos elucidar as evidências e percepções que temos a
respeito da importância das vivências e experiências, desde a gestação até três
anos de idade, na construção e formação do individuo como um todo, com
explicação ciêntifica comprovada.
Há muito pouco tempo tanto a medicina quanto a educação tinham concepções limitadas quanto à importância e à magnitude destes três primeiros anos de vida, dando ênfase somente aos cuidados orgânicos e corporais como sendo suficientes para a saúde básica, tanto que só há alguns anos as creches tornaram-se parte responsáveis pela educação e não mais da área da saúde passando a considerar que cuidar também é educar.
É certo que alguns autores e estudiosos vêm ampliando sua compreensão e atenção sobre os bebês especialmente profissionais que lidam com os aspectos afetivos emocionais, porem ainda se encontram concepções bem limitadas ou equivocadas especialmente em ambientes institucionais como escolas na educação infantil, ambulatórios e hospitais/maternidade.
Há muito pouco tempo tanto a medicina quanto a educação tinham concepções limitadas quanto à importância e à magnitude destes três primeiros anos de vida, dando ênfase somente aos cuidados orgânicos e corporais como sendo suficientes para a saúde básica, tanto que só há alguns anos as creches tornaram-se parte responsáveis pela educação e não mais da área da saúde passando a considerar que cuidar também é educar.
É certo que alguns autores e estudiosos vêm ampliando sua compreensão e atenção sobre os bebês especialmente profissionais que lidam com os aspectos afetivos emocionais, porem ainda se encontram concepções bem limitadas ou equivocadas especialmente em ambientes institucionais como escolas na educação infantil, ambulatórios e hospitais/maternidade.