Amigo Ruy:
Se me permites, vou discordar de ti. Para mim, tanto faz a vitória da Alemanha
ou da Argentina, pois são duas nações que admiro bastante e já estive em ambas.
A Argentina, tão próxima de nós, é um país
lindíssimo, o qual visitamos muito. Eu adoro ir a Buenos Aires, passear por
suas ruas, comer suas carnes deliciosas, ver seus prédios classudos,
especialmente as portas, observar que os estudantes usam uniformes limpíssimos
e usam boinas (não vi nenhum com bermudas oito vezes maior que o seu número,
cós caído lá no púbis, cueca de fora e boné para trás), visitar as bibliotecas
deslumbrantes e fazer algumas compras.
Deles vem o tango mais simbólico e mais
representativo de tudo o que vivemos : “Cambalache”. Apesar de ter sido escrito
na década de trinta, seu autor foi um visionário e descreveu, como ninguém, que
o mundo “foi e será uma porcaria em 506 e em 2000 também”. Diz ele que, tal
como numa vitrine dos antiquários (“Cambalaches”), observamos um objeto sem
valor ao lado de uma relíquia e que dá no mesmo “ser um burro ou um grande
professor”.
A animosidade entre Brasil e Argentina,
“plantada” por torcedores de futebol, só me envergonha, pois sempre fui muito
bem tratada por lá. Então, Alemanha e Argentina são duas nações que merecem meu
respeito e admiração. Que vença a melhor.
Segue a letra completa de “Cambalache” abaixo.
Abraços,
Laís Legg