Temos uma confraria, das mais diversas pessoas, do RGS, do Brasil e do Exterior, que trocam mails e impressões. Ontem travou-se um interessantíssimo papo sobre onde morar depois da aposentadoria, essas coisas. Relatos super interessantes. Eu dei um pitaco sugerindo que a gente nunca se aposentasse e tomasse cuidado com as " miragens", tais como Floripa ( ótima para uns poucos dias, mas, no dizer de vários, terrível no dia a dia), ou o tal do sítio que só serve para gastos e reclamatórias trabalhistas, ao contrário das fazendas acima de mil ou dois mil hectares que dão um lucrinho.
Pois a Lais manda um saboroso mail, que reproduzo e assino em baixo.
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Oi, amigos:
Concordo com o Ruy, o melhor lugar do mundo é o Centro Histórico. Aqui, eu
acordo com o canto dos pássaros, beija-flores visitam o meu terraço e minhas alamandas
e eu tenho uma visão privilegiada de prédios classudos e tombados. Verdade que
neuróticos envenenaram dois galos que alegravam meus amanheceres, um deles
presenteado pelo amigo Ruy, mas pessoas assim existem em qualquer lugar.
Mas respeito a visão do Tubino, afinal, ele tem filhos pequenos e seu dia-a-dia
é bem diferente dos nossos. Para quem está “diminuindo o tranco”, como diz o
Ruy, tem filhos criados e fora de casa, como eu, a permanência na cidade
é gostosa. O segredo é morar perto do trabalho e não depender de automóvel.
Confesso que fico muito irritada com os engarrafamentos nas poucas vezes que
preciso usar meu carro, mas, felizmente, não preciso me submeter à tortura de
enfrentar engarrafamentos diários para ir e voltar do trabalho. E estou
absolutamente convicta que isto envenena e encurta a vida de quem precisa
deslocar-se assim.
No Centro Histórico, temos de tudo: banquinha de frutas e legumes frescos na
esquina, sapateiro, vidraceiro, açougue, estofador, lavanderia, padaria e
confeitaria e inúmeras ferragens. O supermercado é muito perto e, por R$ 5,00,
dá para mandar entregar as compras, que chegam junto com a gente, pois os
meninos as trazem em seus carrinhos. É ou não é pura mordomia? Fazer rancho sem
usar automóvel e sem carregar sacolas? “Who could ask for more?”, como diria
Paul McCartney.
Enfim, cada um de nós tem a sua própria realidade e a sua noção de
tranquilidade.
Abraços,
Laís