quinta-feira, 20 de junho de 2013

EPÍSTOLA ELÉTRICA DE IVAN SAUL - CURITIBA -PR


Amigo Ruy e caríssimos confrades, com tanta coisa acontecendo recentemente não tive tempo pra sentar e escrever desde que o Grão Mestre afastou-se do posto no rumo das Alagoas.

 

Como hoje, aqui em casa, "chove à cântaros", me dedico ao prazer de reunirme com os digníssimos confrades e, também, opinar. "Si, que de hecho uno debe cantar opinando o callarse..."  (Não por virtuosismo ou preciosismo e sim por ressabio. Devo reiterar que sou um escritor bissexto a quem custa grande esforço o expressar-se de forma clara e inteligível, demandando largos intervalos à frente do computador de forma a não deixar subentendidos nas entrelinhas que resultem em interpretação diversa do que quero dizer realmente, dificilmente alcanço tal objetivo!)

 

Inicialmente, gostei dessa ideia de vinho e cerveja, com meu pai, no inverno, bebíamos uma mescla de cerveja clara fresca com preta tirada da caixa, meio a meio. 

 

Em atraso, quero cumprimentar os confrades Maristela e Villela por seus aniversários. E, sem tristeza só pra não passar em branco, aproveito o ensejo para pedir à todos que dirijam uma ínfima fração de suas orações e/ou reflexões ao "meu velho" - Archimedes Saul - que amanhã (21/jun) cumpriria 100 anos, tenham certeza de que era um homem bom, merecedor de um lugar entre os Justos.

 

Quanto ao "Jogo não ter sido no Brasil", parece que eles, "os brasileiros" - pois é assim que nos referimos a nós mesmos quando analisamos nossas idiossincrasias de povinho, na terceira pessoa, distanciando-nos - deram a resposta à tua questão, meu amigo Ruy. Depois da perplexidade inicial, sobra às cabeças pensantes a extração das conclusões que, neste caso específico, serão pessoais e caso pra psicoterapeuta analisar... Não haverá unanimidade entre dois de nós, como parece não haver entre os manifestantes que, gostemos ou não, "SIM, nos representam".

 

Preciso dizer que:

- concordo em gênero, número e grau, com o meu amigo e confrade Eliseu Torres em sua postagem relativa ao tema das Manifestações;

 

- diante da ditadura do "politicamente correto" faço um "mea culpa" confessando minhas repulsa pessoal em relação às  Esquerdas, do mundo em geral e do Brasil em particular, como bom gaúcho tenho a obrigação moral de me posicionar, assim, mais do que colorado sou antigrêmio (ainda que não me agrade tanto assim o tal esporte das chuteiras), todavia, sem afirmar que "foram melhores", guardo certa simpatia pelos milicos, talvez pela organização e hierarquia, quem sabe pela farda ou a tonalidade do verde, ou então, em outra vida eu tenha vivido "do lado de lá dos trilhos", onde só tinha quartel, casa de pobre e prostíbulo;

 

- temo, entretanto, que deste movimento, em se agravando, surja a solução política consensual do bom e velho "salvador da pátria", o "pai dos pobres", o "cavaleiro da esperança", o cara que "nunca roubou, nunca mentiu, nunca iludiu" (quem? quem?)...

 

São Luis Inácio! Quem, enfim, na minha opinião de "cego pela paixão", está por trás de todas as intercorrências deste laborioso parto em que o "boi de piranha" [que virou candidata pra perder e acabou, pra nossa surpresa, ganhando] precisa ser sacrificado no altar do nosso "projeto político" de ser mais historiográfico, maior, melhor, mais bonito, mais alto, mais loiro e com olhos mais azulados do que Getúlio Vargas (pelo qual eu não guardo admiração especial alguma).

 

Por fim, é bom lembrar que, à semelhança dos Indignados de La Puerta del Sol, a maioria dos manifestantes nasceu, quando já brilhava a luz do "estado de bem estar" proporcionado pela Constituição de 1988, sob o "império da lei" - e se não houver uma lei nós criamos - na república dos advogados, que vai se tornando rapidamente a república dos delegados e assim por diante... mas isso é assunto pra outra conversa.

 

Meu respeitoso e fraterno abraço à todos... Ivan