Amigo Ruy e
caríssimos confrades, com tanta coisa acontecendo recentemente não tive tempo
pra sentar e escrever desde que o Grão Mestre afastou-se do posto no rumo das
Alagoas.
Como hoje, aqui em
casa, "chove à cântaros", me dedico ao prazer de reunirme com os
digníssimos confrades e, também, opinar. "Si, que de hecho uno debe
cantar opinando o callarse..." (Não por virtuosismo ou
preciosismo e sim por ressabio. Devo reiterar que sou um escritor bissexto a
quem custa grande esforço o expressar-se de forma clara e inteligível,
demandando largos intervalos à frente do computador de forma a não deixar subentendidos
nas entrelinhas que resultem em interpretação diversa do que quero dizer
realmente, dificilmente alcanço tal objetivo!)
Inicialmente,
gostei dessa ideia de vinho e cerveja, com meu pai, no inverno, bebíamos uma
mescla de cerveja clara fresca com preta tirada da caixa, meio a meio.
Em atraso, quero
cumprimentar os confrades Maristela e Villela por seus aniversários. E, sem
tristeza só pra não passar em branco, aproveito o ensejo para pedir à todos que
dirijam uma ínfima fração de suas orações e/ou reflexões ao "meu
velho" - Archimedes Saul - que amanhã (21/jun) cumpriria 100 anos, tenham
certeza de que era um homem bom, merecedor de um lugar entre os Justos.
Quanto ao
"Jogo não ter sido no Brasil", parece que eles, "os
brasileiros" - pois é assim que nos referimos a nós mesmos quando
analisamos nossas idiossincrasias de povinho, na terceira pessoa,
distanciando-nos - deram a resposta à tua questão, meu amigo Ruy. Depois da
perplexidade inicial, sobra às cabeças pensantes a extração das conclusões que,
neste caso específico, serão pessoais e caso pra psicoterapeuta analisar... Não
haverá unanimidade entre dois de nós, como parece não haver entre os
manifestantes que, gostemos ou não, "SIM, nos representam".
Preciso dizer que:
- concordo em
gênero, número e grau, com o meu amigo e confrade Eliseu Torres em sua postagem
relativa ao tema das Manifestações;
- diante da
ditadura do "politicamente correto" faço um "mea culpa"
confessando minhas repulsa pessoal em relação às Esquerdas, do mundo em
geral e do Brasil em particular, como bom gaúcho tenho a obrigação moral de me
posicionar, assim, mais do que colorado sou antigrêmio (ainda que não me agrade
tanto assim o tal esporte das chuteiras), todavia, sem afirmar que "foram
melhores", guardo certa simpatia pelos milicos, talvez pela organização e
hierarquia, quem sabe pela farda ou a tonalidade do verde, ou então, em outra
vida eu tenha vivido "do lado de lá dos trilhos", onde só tinha
quartel, casa de pobre e prostíbulo;
- temo, entretanto,
que deste movimento, em se agravando, surja a solução política consensual do
bom e velho "salvador da pátria", o "pai dos pobres", o
"cavaleiro da esperança", o cara que "nunca roubou, nunca
mentiu, nunca iludiu" (quem? quem?)...
São Luis Inácio! Quem,
enfim, na minha opinião de "cego pela paixão", está por trás de todas
as intercorrências deste laborioso parto em que o "boi de piranha"
[que virou candidata pra perder e acabou, pra nossa surpresa, ganhando] precisa
ser sacrificado no altar do nosso "projeto político" de ser mais
historiográfico, maior, melhor, mais bonito, mais alto, mais loiro e com olhos
mais azulados do que Getúlio Vargas (pelo qual eu não guardo admiração especial
alguma).
Por fim, é bom
lembrar que, à semelhança dos Indignados de La Puerta del Sol, a maioria dos
manifestantes nasceu, quando já brilhava a luz do "estado de bem
estar" proporcionado pela Constituição de 1988, sob o "império da
lei" - e se não houver uma lei nós criamos - na república dos advogados,
que vai se tornando rapidamente a república dos delegados e assim por diante...
mas isso é assunto pra outra conversa.
Meu respeitoso e
fraterno abraço à todos... Ivan