Prezadíssimo
amigo Ruy:
Disseste que ZH “ainda é o melhor jornal que temos”, o que não significa, em
absoluto, que é um bom jornal. Lamentavelmente, assistimos, diariamente, a
derrocada deste que já foi, sim, um grande jornal. Mas não é mais. A qualidade
caiu, o conteúdo também, os erros de português são assombrosos, isso não há
como negar. O mundo mudou, a mídia impressa deveria ter acompanhado o passo,
mas não o fez.
Em tempos de “whatsapp”, “tweeter”, “Facebook”, etc, abrir um jornal, pela
manhã, só nos faz constatar que as notícias já estão velhas. Tudo já foi
noticiado, o jornal ficou com gosto de “dejà vu”.
Acompanhei, dia após dia, a lenta agonia. Quem não lembra dos enormes fardos de
jornal na portaria dos prédios, esperando para ser colocado nas portas dos
apartamentos? E do entregador montando o jornal de domingo? E o que vemos
hoje? Três ou quatro gatos pingados.
No meu prédio, de 24 apartamentos, vejo as assinaturas minguarem mês após mês.
Restam apenas três assinantes, sendo dois só para os fins de semana e somente
um ainda resiste à assinatura mensal. E me revelou que tentou cancelar a
assinatura, mas lhe ofereceram continuar pela metade do preço. Esta é a
realidade.
Abraços,
Laís
Legg