Saida do PDT complica base do governo.
Os sete votos do PDT poderão fazer falta no plenário.
A decisão tomada pelo PDT na convenção estadual de
sábado, não deixa duvidas: o partido deseja distanciar-se do PT, de cujo
governo até o momento é um aliado estratégico. O governo, que apresentou nas
ultimas semanas, dificuldades evidentes para aprovar projetos importantes, terá
agora do PDT, sete votos independentes que terão de ser buscados a cada projeto
colocado em votação.
Discurso forte
O discurso do pré-candidato ao Piratini,deputado Vieira da
Cunha,que empolgou os pedetistas sábado no teatro Dante Barone na assembléia
Legislativa,foi incisivo, em tom de oposição e alternativa aos dois projetos
que estão despontando. Vieira identificou os dois adversários mais importantes
que terá na campanha ao governo do Estado: a senadora Ana Amélia pelo PP,e o PT
de Tarso Genro. Sobre Ana Amélia, antecipou parte da estratégia,
identificando-a com “a Arena,e a ditadura”. Em relação ao PT, garantiu que
seria constrangedor “empunhar a bandeira do PT,cujos principais dirigentes
nacionais estão presos, condenados por
corrupção”. Lasier Martins, o pré-candidato ao senado, lançou o desafio
de ampliar dos atuais 239 mil, para 300 mil o numero de filiados do partido,
mas alfinetou a gestão de Tarso Genro: "é um governo de promessas, que não
concretizou nada".
Prudência
Discursos para demarcar posição à parte, o fato é que ao
lembrarem Germano Rigotto (PMDB), que de azarão transformou-se no candidato
vitorioso ao Piratini em 2002, os pedetistas esqueceram que naquela campanha,
Rigotto evitou ataques aos adversários,apenas apresentando propostas de
governo. Cresceu e ganhou a eleição, porque os dois favoritos nas pesquisas,
Antonio Britto (PMDB) e Tarso Genro (PT) dedicavam-se apenas ataques
recíprocos. Rigotto ganhou ali a marca de “paz e amor”.
O trabalho para a copa 2014
Algumas posições que o PDT ocupa, deixarão o governo em
momento inoportuno. É o caso do Secretário do Esporte,Kalil Sehbe Neto, que
costurou a maioria dos entendimentos que viabilizaram acordos importantes
vinculados à Copa do Mundo de 2014,e que
fará falta na continuidade deste trabalho.
Revisão do acordo?
O que era apenas rumor, agora começa a crescer: o retorno do atual Secretário da Saúde,
deputado Ciro Simoni à Assembléia, pode provocar uma mudança no acordo
formulado até aqui dentro da bancada, que indicou Gilmar Sossela para presidir
o legislativo a partir de janeiro do próximo ano.
Trabalho redobrado
Líder do governo na Assembléia, o deputado Valdeci
Oliveira (PT), que conseguiu produzir milagres à custa de diálogo e
entendimento com a base aliada e a oposição,terá agora trabalho redobrado. O
governo tem, no mínimo, 90 projetos em regime de urgência aguardando aprovação
em plenário. E Valdeci dispõe de uma semana para costurar o entendimento em
torno destes projetos. O caminho natural será aprovar prioritáriamente aqueles
para os quais exista algum consenso.