sexta-feira, 10 de maio de 2013

DROGAS - GRAVE ALERTA DA PSIQUIATRA LAIS LEGG


 

               Sou psiquiatra (perita judicial) e parabenizo o Dr. Afif. Eu li o seu artigo e gostei muito. Eu já vi e ouvi coisas incríveis, como uma vovó, de cabelos brancos, que vendia tudo dentro de casa (panela de pressão, trinco das portas, botão de descarga do vaso sanitário, etc) para comprar a pedra. Também um motorista de táxi me revelou que roubava, assaltava ou era “descuidista” (conforme a necessidade momentânea do uso da pedra) com seus passageiros e, por fim, os recrutas do quartel, que revelam que, para aguentar a dureza do serviço em caserna, usavam drogas repassadas pelo muro pelos traficantes residentes nas redondezas, sabedores da nova e promissora clientela.

 

               Uma das maneiras mais comuns de conseguir nova clientela para a pedra é colocá-la dentro do cigarro de maconha (o famoso “pitico”). Pessoas que contratam garotas de programa já pedem que elas venham com um “baseado”. E este baseado já vem batizado, sem que o cliente saiba.

 

               Em contra-partida, o governo, que deveria abrir novos leitos psiquiátricos e hospitais, distribuirá cartões de crédito para tratamento e as tais “fazendas terapêuticas” brotam como cogumelos após a chuva. Sem falar na intenção de trazer 6.000 médicos de Cuba, abolindo a revalidação de diploma.  A adição ao “crack” e sua síndrome de abstinência necessitam de tratamento médico prolongado, em hospital,  abordando o viés clínico e psiquiátrico, usando medicação antipsicótica, antidepressiva, antimania, estabilizadora do humor e aquelas que forem necessárias para as manifestações clínicas.

 

               Aquilo que vemos nas notícias, como o caso da dentista incendiada, a mulher estuprada dentro de um ônibus e o rapaz assassinado na frente de seu prédio (todos estes crimes foram cometidos por menores de idade) é apenas o início dos tempos horripilantes que viveremos, pois vai piorar, creiam-me.

 

               Em perícia realizada por mim numa “comunidade terapêutica” para usuários de “crack” havia um menino de treze anos, já pai de dois filhos.  O que mais esperar?

Abraços,

Laís Legg