Caro Ruy,
Quando eramos ainda
muito pequenos nossa mãe retribuía-nos com alguns trocados, e outros tantos que
juntávamos vendendo ferro velho, vidro, osso, sucatas possíveis de serem
transformadas em espécies; com este dinheirinho, corríamos para a venda do seu
Claudino Forster, para comprar um garrafinha de Pepsi Cola, este senhor
devia alugar o prédio de esquina que pertencia a seus pais e que hoje
estas a colocá-lo a venda.
Na esquina era comum
assistirmos domingos pela manhã as carroças revestidas com aros de ferros
descendo da Linha João Alves para a missa na catedral, e também ver o rastro de
esterco que ficava pelas ruas ainda não calçadas.
Naquela rua também
costumávamos andar de bicicleta emprestada " por baixo do cano " pois
não conseguíamos alcançar os pedais se andássemos de forma normal.
Um determinada ocasião,
brincávamos a noitinha, junto ao muro do Cemitério Católico, quando vimos um
senhor de cabelo e barba grisalha sentado sobre um túmulo, perguntamos:
O senhor não tem medo
de ficar ai sentado ?
O velho respondeu:
Quando eu era
"vivo" tinha !!!
Foi um
"cagaço" que nunca mais esqueci, tanto que evito de todas as formas
entrar em Cemitérios, que me perdoam os amigos e familiares que já partiram,
prefiro lembrá-los de quando vivos !!!
Abraços !!!
Élvio loureiro.
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JORGE LOEFFLER
Digo eu – o Ruy não é o primeiro que conheço que aprecia cemitérios. A Laura Peixoto Vier, conterrânea dele e editora do blog Varal da Laura que para mim é o melhor blog editado por uma mulher também aprecia cemitérios que com frequência são mostrados no blog. Tenho restrições a cemitérios e penso que os mesmos tendam a desaparecer, pois a cremação parece-me uma medida mais higiênica.