O prof. Doutor Cláudio Moreno é um dos mais brilhantes professores do Brasil e da América. Tem uma coluna semanal em Zero Hora.
Troquei os seguintes mails com ele:
"Caro Professor!
Sou da geração que estudou Latim e teve noções de Grego . Por onde vou presto muita atenção nos falares.
Há uns 15 anos adquiri uma fazenda no Município de Unistalda, ao lado de Santiago.
Naqueles fundões surpreendi entre os peões e antigos moradores da região um " imperativo" muito interessante. É comum, quando se chega à casa de alguém, ao se bater palmas, ouvir:
- possa passar!
Ultrapassado o portão:
- possa entrar, seu Ruy.
-pois é seu João, vim lhe dizer uma coisa...
- possa falar, seu Ruy .
Comentando com um amigo, disse-me ele que essa expressão é encontradiça também na região de Caçapava.
Professor: o senhor já tinha notícia disso?
Um abraço, Ruy"
Respondeu-me o mestre:
"Meu caro Ruy: nunca tinha ouvido falar nesse uso especial do subjuntivo. Ali onde os brasileiros se dividem entre "Pode passar" e "Podes passar" (a depender da forma de tratamento que estão empregando), esses gaúchos preferem "Possa passar"? Fiquei curioso: eles usam essa forma para todos seus interlocutores, ou apenas quando estão adotando uma postura mais formal? Deve haver alguma razão para isso; vou ficar atento. Um grande abraço. Moreno"
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Faço um apelo aos professores da região para que ajudem a esclarecer essa jóia perdida no Pampa.
