OS INGLESES E SUAS FAÇANHAS COLONIAIS CANTADAS EM PROSA E VERSO POR FAMOSOS INTELECTUAIS
" Lá longe, do outro lado do mar, temos umas quantas pessoas da raça negra às quais deixamos demasiadamente livres. Sentados com seus formosos focinhos - que chegam até as orelhas – cravados em abóboras , bebendo a polpa e o doce suco., com os incisivos dispostos para qualquer tarefa nova... afinal as abóboras são tão baratas como a grama nesses climas exuberantes. Enquanto isso a cana de açúcar apodrece sem ser colhida porque não se pode contar mão de obra, afinal as abóboras são tão abaratas ... e os belos negros , sentados , com as abóboras até as orelhas e os patéticos homens brancos aí sentados sem uma única batata para comer.
Thomas Carlyle (1795-1881), o celebrado escritor, autor da famosa obra literária Sartor Resartus é o autor dessas linhas.
Em outros textos ele também afirmou que "A democracia é o caos povoado de urnas eleitorais", afirmação que alguns autores afirmam se constituir na base ideológica do nazismo..
Em 1865 o governador britânico da Jamaica, E.J. Eyre, comandou um massacre de negros, em retaliação ao assassinato de alguns brancos. O fato revelou a muitos ingleses as injustiças e os horrores de vida colonial. A discussão subsequente envolveu personalidades públicas famosas, tanto favoráveis a Eyre (Ruskin, Carlyle, Arnold) com suas declaração da lei marcial e massacre dos negros jamaicanos, como contrários a ele (Stuart Mill, Thomas Huxley). Muitos "massacres administrativos" ocorreram nas colônias inglesas de todos os continentes. Nas palavras de um historiador " a Grã-Bretanha consegui manter a distinção
entre a verdade para o interior do país ( menos para a Irlanda), e a autoridade imperial para o exterior que ele define como " repressão e terror".
Um outro venerado escritor inglês foi Rudyard Kipling ( 1865-1930), laureado com o Nobel de literatura em 1907. No entanto, nas palavras de George Orweell ele foio um "profeta do imperialismo britânico".[ Muitos viam preconceito e militarismo em suas obras principalmente quando se sabe que seu divulgadíssimo e sempre recitado poema If (Se) é símbolo dos Cadetes da Academia da Força Aérea Britânica.
Para quem não conhece a obra de Kipling, de apoio ao imperialismo britânico aos massacres dos nacionalistas das colônias, tomadas à força, as controvérsias sobre esses temas perduram até hoje em seu acervo literário.
A história do aguadeiro Gunga Din, a serviço de uma guarnição militar inglesa, nos emocionava ao vermos esse pobre indiano soprando um clarim e despertar os soldados de Sua Majestade num momento em que alguns andrajosos guerrilheiros indianos tentavam, à noite, assaltar um forte inglês, E ao vermos o filme baseado no livro, torcíamos para os ingleses que com o ato heroico de Gunga Din, liquidaram a tiros com os patriotas indianos.
E a Família Real sempre se locupletou, sem arriscar seu pelo, com todas essas façanhas da nobre estirpe de políticos, generais e almirantes da velha Albion.
E na St. Paul Cathedral de Londres, os Almirantes, Generais e escritores que dizimaram povos coloniais e glorificaram e enriqueceram a Grã Bretanha ( e a Família Real) ,lá estão enterrados e homenageados com belas e brilhantes placas de ouro e prata, extraídos do solo (e do sangue)de suas conquistas territoriais.
Franklin Cunha
Médico
Membro da Academia Rio-Grandense de Letras
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