domingo, 13 de dezembro de 2020
ARTIDO DE FERNANDO SILVEIRA DE OLIVEIRA
ARTIGO: O egoísmo e a cegueira política que deixaram o Vale do Jaguari sem voz na Assembleia Legislativa
Responder para o remetente Sáb. 14:11
F
Fernando Silveira de Oliveira
Para:
O egoísmo e a cegueira política que deixaram o Vale do Jaguari sem voz na Assembleia Legislativa
*Por Fernando Oliveira
Ao dedicarmos um tempo para estudarmos o motivo de existir uma representação política, podemos perceber, com muita clareza, o quanto ela é necessária pra respaldar os interesses e pleitos de um grupo, de uma cidade e até mesmo de uma região. A democracia representativa é organizada de tal forma, que esses segmentos sejam ouvidos através de seu representante eleito. Para permitir que grupos menores tenham as mesmas oportunidades, o sistema eleitoral adota métodos como a proporcionalidade e agora também as ditas sobras eleitorais.
Nessa representação política, o Vale do Jaguari sempre encontrou em deputados federais de outros lugares, a parceria necessária pra que nossos anseios ecoassem no Congresso Nacional. Já na esfera estadual, a representação sempre foi nossa, própria com representantes da terra. Essa representação fazia, inclusive, com que cidades maiores como Santa Maria, encontrassem no nosso deputado estadual a voz responsável por defender os interesses macrorregionais.
A região foi cada vez mais permeabilizada por candidatos de outros lugares, fazendo com que os votos sejam pulverizados, e a nossa unidade descaracterizada. O resultado? Não temos nenhum deputado estadual do Vale do Jaguari, e todos os nossos pleitos precisam ser terceirizados a parlamentares de outros lugares. Outro motivo, para falta de representação da terra, é a cegueira política que divide a região por questões partidárias e ideológicas, e deixa de lado o anseio maior que é a unidade em torno de um nome que tenha condições eleitorais de chegar a Assembleia Legislativa e defender o Vale do Jaguari como tanto precisamos que sejamos defendidos.
Nas eleições de 2018 a região teve cinco candidatos, que dentro dos nove municípios somaram 35.277 votos, suficiente pra eleger um deputado. Isso não aconteceu em função da própria divisão. O candidato mais votado, dentro e fora da região, foi o ex-prefeito de Santiago, Júlio César Viero Ruivo (PP) que não alcançou uma cadeira na Assembleia por 5.996 votos. Ele totalizou 27.695 votos. Algo extremamente possível se a região tivesse se unido em torno de seu nome.
No mesmo pleito, 74.276 eleitores foram às urnas no Vale do Jaguari. Se todos os eleitores dos nove municípios que formam nossa região (Mata, São Vicente do Sul, Cacequi, São Francisco de Assis, Santiago, Nova Esperança do Sul, Jaguari, Capão do Cipó e Unistalda) depositassem seus votos em candidatos da terra, poderíamos, com muita tranquilidade, termos até dois deputados estaduais na Assembleia Legislativa. A falta de unidade em um nome, as divisões locais e a pulverização de candidatos aventureiros de fora, são os motivos pra que isso não tenha acontecido.
A busca por infraestrutura que possa permitir que os negócios na região possam crescer; a necessidade de boas estradas para que nossas produções agrícolas possam escoar com efetividade; e que o turismo regional possa ser um atrativo a mais, são pautas que passam permanentemente pelo parlamento estadual. Mas para isso, não podemos mais aceitar que nomes da região sejam usados pelos partidos pra captar votos só pra ajudar as legendas partidárias. Precisamos deixar esse egoísmo de lado e buscar unidade em torno de um nome, em um movimento suprapartidário que vise unicamente à ocupação desse espaço, que muitas vezes já foi nosso. Não partidos, mas a região precisa de um representante na Assembleia Legislativa.
*Fernando Silveira de Oliveira, 25 anos, bacharel em Direito, estudioso de Direito Eleitoral e Vereador mais jovem eleito em Santiago nas eleições de 2020.
Fernando Oliveira
Santiago - RS - Brasil
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