quinta-feira, 19 de novembro de 2020
POLITICA E O ABRAÇO DO AFOGADO
Esperei deliberadamente o resultado das eleições, ao menos no primeiro turno, para expor minha tese, que até pode estar errada.
Desde já vou intitulá-la de “síndrome do abraço do afogado”.
Vou fazer uma breve digressão. Sempre tive muito cuidado com os banhos, tanto os do Fingerhut, no Rio Pardinho, como os das praias de mar.
Por sinal só fui conhecer o mar aos 18 anos. Morador da Casa da Uesc, no Bom Fim em P. Alegre, certo dia tomei um ônibus e rumei a Tramandaí para conhecer o mar. Chegado, me hospedei num hotelzinho de madeira. Tomei uma queimada tal que saíam bifes dos ombros e da testa.
Vi uma guria quase se afogando, alguém a salvou.
Sempre me falaram que a pessoa que não tem treinamento vai ao encontro de quem está se afogando e recebe um abraço de terror, de pânico, de medo, de estertor e acaba levando seu salvador para a morte.
Vocês devem agora estar com a mão no queixo e se perguntando: “aonde ele quer chegar?”.
Na política.
Quem nunca se arrependeu após eleger um político? Na campanha tudo são flores, mas com o passar do tempo começam a aflorar , por vezes, as impropriedades. Desnudam-se falta de compostura, situações vexatórias, conflitos desnecessários, falta de noção sobre a liturgia do cargo.
Muitas pessoas, mesmo vendo que o político a quem deram seu voto não correspondeu, esbarram nos sofismas. Por causa das brigas que tiveram até dentro da família, com vários amigos resolvem: “agora não posso parar de apoiar meu candidato”.
No caso das eleições para presidente, muitos de nós estávamos aflitos para afastar políticos nefastos. Passadas as eleições desvelou-se um quadro preocupante. O nosso vitorioso começou a mostrar um certo desequilíbrio verbal. Ao contrário do que deveria fazer com os que o ajudaram, flechadas de reprovação, demissões imotivadas.
Vão correndo dias e meses e perduram certas atitudes incomodando nossa tábua de valores.
De repente tu expressas nas redes sociais teu desencanto. Imediatamente começam as censuras por ser um “traíra”. “Como é que passaste para o outro lado?”
Mas que lado, cara pálida?
Eu acreditei ,de boa fé, num projeto que me agradava.
Pegou mal nosso presidente teimar em não parabenizar Biden.O pior foi “ameaçar” os USA com o grito de “ ou é saliva ou é pólvora”. Não tem sentido a teimosia com as vacinas, assunto que cabe aos cientistas.
As premissas sobre as quais fundamentei meu apoio estão ruindo.