Como estava dizendo o programa
inaugural na Pampa foi um balaço. Em ponto às 7 tocava a cortina eu entrava no
ar com a hora certa, rápida saudação aos ouvintes, número do telefone para
recados e já passava para as manchetes do jornal O Sul que também circulava aos
domingos. E eu pronunciava OOOOOO SUUUULL, o que deixava o pessoal bem faceiro.
Não contente com isso eu mesmo cantava o jingle do jornal.
Com o
passar das semanas o programa foi sendo conhecido e depois de meio ano o Ibope
deu que nosso programa dominava a audiência no horário entre as classes A/B.
Eu tinha
um time de amigos os quais eu entrevistava no decorrer do programa, entre eles
o Heitor Schuck. Ele era uma atração extra por seu sotaque de colono alemão. Eu
perguntava como estavam as safras, problemas da agricultura, o que era de muito
agrado dos urbanos. De vez em quando soltavamos umas frases em alemão, só para
agitar as massas. Para assuntos políticos eu chamava gente de todos os
partidos, mas não para falar em política e sim saber um pouco da vida e da
trajetória deles e delas. Geralmente eu telefonava dias antes, oportunidade em
que já combinava uma pergunta picante. Em assuntos jurídicos eu sempre
pedia que não falassem juridiquês. E, o principal, perguntas curtas e respostas
sintéticas. Quando chegava aos cinco minutos eu dizia: “ amigo, que boa
entrevista, tchau” e já entrava uma música.
Durante
um tempo eu omiti que a Maristela era minha mulher e só a chamava de Maristela
Genro, omitindo o Gessinger. Eu a iincumbia, alternadamente com o Rudolf, que
tinha uns 8 anos, de ler os recados dos ouvintes. E ficava me “
galinhando” para ela, o que agitava os ouvintes: “ oi minha querida, tudo bem
contigo?” fala os recadinhos, minha flor”. E os ouvintes comentando o “
romance”.Diziam : “ esse cara tá dando em cima de ti!”.
Grande
lance do meu programa foi ter anunciado em primeira mão o furacão
Catarina. Estávamos nos dirigindo para a rádio e um amigo de Torres me ligou
dizendo que fora grande a destruição. Pronto, passei das 7 até 9,30
entrevistando pessoas a respeito. A Gaúcha só começou a noticiar às 9 horas.
Nosso
programa foi ao ar por seis maravilhosos anos. Acontece que nossa fazenda
começou a crescer muito e o escritório também, de maneira que tinha que
aproveitar sexta, sábado e domingo para cuidar dos negócios ( o olho do dono
engorda o boi). Tive que parar o programa, do qual tenho ainda muita saudade.
Migrei,
então, para a TV Pampa, participando do Pampa Debates e assessorando o Paulo
Sérgio nas transmissões da Expointer.