Tenho muita admiração e estima tanto por Nenito como por seu filho Leonardo Sarturi.
Nenito é homem de larga bagagem humanística, um homem correto, formado em Jornalismo e Direito. Exerceu por anos, com absoluta probidade, sua função de delegado de Polícia.
Temos várias obras em parceria,gravadas em vários registros.
Leonardo, o filho, me trata como se fosse seu parente próximo. Passou no exame da Ordem e dá seus primeiros passos como advogado. Consulta-me frequentemente, o que muito me honra. Tem um futuro luminoso.
Ambos são poetas e é disso que vou falar.
Ser poeta não é só empilhar rimas. Também ninguém nasce poeta feito. Ou por decreto.
E os poetas,os artistas, precisam de recolhimento, de ar não contaminado.
Ontem os dois me pediram que fossem recebidos lá na minha estância. Queriam pescar, olhar o fogo crepitando no galpão,comer uma carne com pão.
Minha família e eu não estávamos, a peonada estava liberada para um rodeio, só ficara um peão caseiro, o Matheus.
Pois esse jovem se encarregou de recepcionar Nenito e Leonardo que, enquanto batia-lhe água, se achegavam pra perto do fogo.
Já de noite, ainda na fazenda, Nenito me telefona para agradecer e, em sua voz, senti a alegria de uma criança.
Nenito e Leonardo sabem que os entes etéreos do amor, da paz e da inspiração residem na singeleza dos campos e matos de nosso pampa.
