Ontem, escrevi a um amigo sobre este tema.
Senti-me uma T-REX, pois estudei em colégio de
freiras e, no meu tempo, não era misto. Mesmo assim, sendo só de meninas,
tínhamos que fazer educação física com uma coisa balofa, uma calça de palhaço,
com elástico na cintura e nas canelas, “para “não revelar as formas”. As
freiras também usavam uma faixa elática no tórax, para sepultar as curvas dos
seios. A saia plissada deveria ter um comprimento adequado, então, deveríamos
ajoelhar no chão e a dita cuja tinha que tocar no piso e “dobrar”. Ah, e
tínhamos que usar gravata. Sim! Gravata! E ai que tivesse um pingo de pasta de
dente! Manga cavada dentro das dependências do colégio? Jamais. Pena que joguei
fora o regulamento, pois ali dizia que nenhuma aluna poderia participar de
qualquer certame de beleza, sob pena de xpulsão.
Passam-se alguns anos e vejo as alunas
esbravejando, lutando para usar shortinhos. Alguém lá no facebook disse que
queria ver estas mesmas alunas fazendo passeatas e manifestos para usar
shortinhos nos futuros empregos. Quem sabe no TJ? Num hospital? Na ONU? Bingo.
Concordo com o Ruy, o caminho do meio é sempre o
melhor. Claro que os absurdos do meu tempo eram abomináveis, como também acho a
reivindicação de agora. Que tal usar uma bermuda, que também refresca, é
gostosa e confortável?
Abraços,
Laís
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FERNANDO BARHOLOMAY - ADVOGADO
Com a devida vênia,
conterrâneo, nós dois sabemos bem o quanto eram rígidos os colégios Mauá
(evangélico) e São Luiz (católico), este último onde certamente estudaste.
Somos praticamente da mesma geração, pois acho que menos de 10 anos nos separam.
Mas em termos de rigidez escolar, eu já peguei mais facilidades do que você.
Ora, quando fiz o primário da Escola Estadual Goiás, TODOS usavam guarda-pó!
Era lei! Sem ele NINGUÉM entrava na sala de aula, salvo com uma justificativa
extremamente forte. Já no Mauá e no São Luiz havia uniforme, OBRIGATÓRIO para
todos.
E TODOS SE SUBMETIAM!
Pergunta: alguém
daquelas gerações ficou lesado psicologicamente por seguir regras rígidas?
Negativo! Quase só gente de primeira deixou aqueles colégios ao longo de mais de
um século.
Agora, em nome de uma
"liberdade" desenfreada, que margeia a libertinagem, as coisas não
podem mais ter regras! Conversa fiada e mal afiada! Sala de aula não é lugar de
shortinho para elas, nem bermuda para eles, nem camisa regata e chinelo de de
dedo para ninguém! Não que a pouca roupa das meninas acenda muito os hormônios
dos guris, a uma, porque eles já não dão muita bola para coxas de fora; a duas,
porque se pegarem fogo, não é difícil apagar nos braços de alguém, porque nos
dias de hoje (onde até a inexistência de sexo definido é advogada com vigor),
eles não tem a dificuldade que nós tivemos para .... beijar que fosse, por
exemplo. As regras sempre existiram, mais ou menos rígidas. E quando não
existirem mais, vira zona (que aliás, pelo menos aqui em Santa Cruz do Sul,
tinha suas regras também). A questão não é de liberdade ou cerceamento dela. É
de COMPOSTURA PESSOAL! Coisa que você, tanto quanto eu, aprendemos a ter em
casa!
Um grande abraço!
Saúde e paz!
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