Quando cheguei a Santiago para, ainda bem moço, aos 26 anos, assumir o cargo de juiz de direito, logo fiz amizade com Antônio Manoel Gomes Palmeiro, o Barbela e Jaime Medeiros Pinto, dono da rádio Santiago. Como já disse alhures, foram eles que me ensinaram o gosto pela música missioneira, especialmente os chamamés.
Jaime era também dono do Bar Restaurante Caleche, muito charmoso, que , ao que me lembre, só abria de noite.
Quando terminava o expediente no Forum, às 18 horas, eu ia para o Caleche, ainda fechado, onde Jaime reunia seus amigos para, em " privé", saborear uns queijos, uns picadinhos de carne assada, um traguito e eu levava meu violino e alguns seus violões.Quando o bar abria as portas eu ia para casa.
O Caleche era ornado com estátuas de madeira esculpidas pelo senhor Arno Gieseler, que fazia parte da confraria nossa.
Pois o sr. Arno esculpiu uma mulher nua, nuinha, mas na região pubiana da moça colocou um peleguinho sobre um pedacinho de madeira, instalou uma dobradiça, de sorte que ficava como se fossem os pentelhos ou, como queiram, os antigos e hoje sumidos pelos pubianos. Havia um bilhete preso nos pentelhos:
NÃO MEXA AQUI PARA VER O QUE TEM EM BAIXO !!!!
A tal estátua estava no banheiro dos homens, bem na frente do vaso.
Sabem o que? nessa dobradiça estava um dispositivo que ligava um alarme com sons estridentes e fazia as luzes do salão piscarem convulsivamente.
O que acontecia? os forasteiros que chegavam, não sabendo de nada, viam aquilo, levantavam a dobradiça e era aquela folia. Quando saíam eram ovacionados pelos presentes.
Que teeeemposs de minha linda Santiago!