Tenho me mantido meio quieto
nesses tempos. A gente diz qualquer coisa e já aparece um monte nos rotulando
disso ou daquilo. Mas o Ruy traz um assunto que vem me martelando já há horas e
acho oportuno também dizer algo sobre isso.
Me lembro, questão de alguns
meses atrás, um bando de não mais que vinte ou trinta pessoas fecharam a
avenida Castelo Branco (ops, da Legalidade) porque tinham algumas questões, se
não me engano em relação a decenal RS 118 (pagamento de aluguel social ou coisa
parecida). Uma rádio da capital fez entrevistas com alguns dos que ficaram
retidos. E era de dar dó. Uma senhora de Vacaria, se me lembro bem, disse que
depois de mais de seis meses tinha marcado um exame (desses difíceis) na Santa
Casa e já tinha perdido o horário. Outra vinha daqui de perto para fazer
hemodiálise e também tinha perdido o horário (todos sabem o que é não fazer a
hemo no dia certo).
Desse dia em diante assumi que
defenderia que tinham que baixar a borracha nessa tropa de desocupados (sim,
desocupados, pois a maioria desses atos se dá em horário de expediente) que
interrompe vias públicas sem dó nem piedade. Chamem-me do que quiserem, mas não
é mais possível conviver com isso. Estamos indo ladeira abaixo, perdendo
autoridade e, o que é pior, as coisas tomando ares de normalidade. Esses dias
ouvi um repórter da rádio Gaúcha dizendo que escolas estavam sendo ocupadas, e
ninguém corrigiu. As escolas estão sendo invadidas e não ocupadas, e a
policia tinha que ir lá, sem esperar ordem judicial, pois invasão é invasão e
usando de força moderada, não só retirar esses desordeiros, como leva-los à
policia civil e abrir os inquéritos necessários para que respondam pelos seus
atos. E os menores tem de ser levado ao juizado competente e os pais serem
responsabilizados. Garanto que se fizessem isso eles iam pensar duas vezes
antes de ocupar (opa), invadir um escola ou um estabelecimento público.
Como ficam esses que não podem
estudar e que vão enfrentar o Enem, o vestibular, etc....? Esses dias ouvi um
idiota (só pode ser idiota) reitor de uma universidade carioca, dizendo que no
vestibular não exigiriam muito conhecimento do terceiro ano em função das
ocupações. É o fim. Onde vamos parar ? E como ficam aqueles que querem estudar
?
Por isso é que estamos perdendo
( e o Rio Grande ainda mais rápido) os lugares que conquistamos no Brasil e no
mundo em ermos de eficiência em educação. E o que mais me dói é que quem vai
levar ferro nessa história, serão os mais pobres, pois outros conseguem estudar
em escolar particulares e se prepararem melhor para a vida.
E não podemos mais aceitar
passivamente tudo isso. Por isso concordo com os caminhoneiros na estrada lá em
Caçapava. E acho que a partir de agora devemos agir assim. Vamos tirar a tapa
esse pessoal que por ventura venham a trancar estradas, já que o poder público,
por mil e um motivos fica omisso (talvez com medo da manchete que o Ruy mostrou
ser errada).
Estou sendo radical ? Talvez,
mas as vezes temos que começar a virar a mesa para colocar as coisas nos seus
devidos lugares novamente.
Abraço
Hermes Dutra
PS – Me lembro de uma frase do
ex-governador Jair Soares: “ no meu tempo de governador não tinha reintegração
de posse, se alguém invadia, a policia ia lá e expulsava o invasor”. Quando
comentei isso com algumas pessoas já me chamaram de viúva do regime militar.
Longe disso, quero é que respeitem o direito de ir e vir, não só meu, mas
sobretudo dos que mais precisam. Imaginem: Invadem minha
propriedade, tenho que ir contratar um advogado (com custos naturalmente),
entrar com uma ação e esperar que o Juiz decida. Não pode ser assim!