Tenho pensado nessa
loucura que se instaurou sobre trabalho infantil,
Está mais do que certo
coibir exploração, coibir abusos, garantir tempo para estudos.
Mas nesse afã perdemos o
bom senso, o sentido construtivo que a iniciação ao trabalho imprime na vida do
ser humano na infância. Aprender auxiliando os pais nas lides familiares
diárias não somente constrói um sentido positivo do significado do trabalho humano,
mas principalmente desenvolve no pequeno ser o sentido de pertencimento
atencioso ao grupo familiar em que cada um contribui, dentro de suas condições,
para que a vida possa medrar saudavelmente. Desenvolve no ser
humano o importante sentido da colaboração, do esforço em conjunto
que “a tudo vence” - “Gemeinsam sind wir stark”, não é mesmo?.
Do jeito como está sendo
conduzida a política contra o trabalho infantil, ela produz jovens
desvinculados do mundo do trabalho e da união familiar pela vida.
Com muita preocupação
olho para a agricultura familiar. Da forma agressiva como os agricultores estão
sendo coibidos de inserirem seus filhos nas atividades da lavoura, estar-se-á
condenando esta forma de cultivo à extinção. Impedida de aprender a plantar uma
alface, a criança crescerá desconectada da realidade do campo, dificilmente
aprenderá quando adulto a desenvolver gosto pelo cultivo da terra, muito menos
a conhecer os anseios da Terra Mater.
O pior é que a política
apenas reprime, coíbe, mas pouco ou nada coloca no lugar dessas crianças. Pais
precisam ir para a lavoura, deixam seus filhos em casa diante da TV ou na rua,
onde são cooptados para o mundo das drogas por ávidos aliciadores, enquanto
poderiam estar sendo iniciados pelos pais no cultivo da terra. Tira-se assim,
não somente o direito, mas também a inviolável obrigação dos
pais para com a iniciação dos rebentos no mundo produtivo.