quinta-feira, 23 de janeiro de 2025

CREDIBILIDADE DA INFORMAÇÃO

 RUDOLF GENRO GESSINGER

https://www.gaz.com.br/credibilidade-da-informacao/


Considerando o reboliço que houve na semana passada em volta de uma possível taxação do pix, eu não poderia começar a coluna sem comentar a respeito desse assunto.

Inicialmente, não há nenhuma tarifa ou tributação incidente na operação de pagamento por meio de pix.

O que existe é uma comunicação por parte das instituições financeiras à Receita Federal caso sejam realizadas movimentações superiores a cinco mil reais por mês em contas bancárias de que sejam titulares pessoas físicas ou que ultrapassem quinze mil reais mensais, no que diz respeito às pessoas jurídicas.

Transmissão de informações entre bancos e governo, grosso modo, nada de nova tributação... Por enquanto!

No meio dos anos 1990, foi instituído um tributo incidente sobre transações financeiras de modo geral. Chamava-se Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira, ou CPMF, a tarifa que se pagava pelo simples ato de transferir dinheiro para alguém.

A CPMF não deixou saudades e a posição oficial do governo federal é de que sua cobrança não será retomada.

É o que se tem por verdade até o fechamento dessa coluna.

O que mais me impressionou ao longo da tormentosa semana passada foi que informações colidentes a respeito do tema da tributação do pix foram publicadas em massa, gerando confusão e revolta insustentáveis em muitas pessoas. Por pouco não houve uma convulsão social.

Uma empresa mineira de inteligência de dados e consultoria empresarial – Quaest – divulgou uma pesquisa que apontou a desconfiança de 67% dos brasileiros de que o governo federal pode começar a tributar o pix, ainda que pronunciamentos oficiais do Presidente da República em exercício e do Ministro da Economia tenham sido em sentido contrário.

Em outras palavras, as pessoas têm dificuldade em saber o que é verdade e o que é desinformação. A própria imprensa precisa reaprender a se filtrar para fazer seu papel com responsabilidade e transparência, de forma que o público sinta credibilidade nas informações que recebe.  

Uma boa dose de crítica por parte de quem consome a informação também é indispensável para evitar paralogismos: não é porque conseguimos enxergar claramente o sol que ele seja exatamente do tamanho que o vemos.

Por isso, caro leitor, muito cuidado com as matérias que os algoritmos trazem entre as notícias do Google. Ali aparecem as informações que devem prender a atenção do usuário. O intuito é esse.

A inteligência artificial logo aprenderá a apurar a veracidade das informações filtrando os conteúdos que têm credibilidade; a todos nós cabe a mesma tarefa.