RUDOLF GENRO GESSINGER
https://www.gaz.com.br/credibilidade-da-informacao/
Considerando
o reboliço que houve na semana passada em volta de uma possível taxação do pix,
eu não poderia começar a coluna sem comentar a respeito desse assunto.
Inicialmente,
não há nenhuma tarifa ou tributação incidente na operação de pagamento por meio
de pix.
O
que existe é uma comunicação por parte das instituições financeiras à Receita
Federal caso sejam realizadas movimentações superiores a cinco mil reais por
mês em contas bancárias de que sejam titulares pessoas físicas ou que
ultrapassem quinze mil reais mensais, no que diz respeito às pessoas jurídicas.
Transmissão
de informações entre bancos e governo, grosso modo, nada de nova tributação...
Por enquanto!
No
meio dos anos 1990, foi instituído um tributo incidente sobre transações
financeiras de modo geral. Chamava-se Contribuição Provisória sobre
Movimentação Financeira, ou CPMF, a tarifa que se pagava pelo simples ato de
transferir dinheiro para alguém.
A
CPMF não deixou saudades e a posição oficial do governo federal é de que sua
cobrança não será retomada.
É
o que se tem por verdade até o fechamento dessa coluna.
O
que mais me impressionou ao longo da tormentosa semana passada foi que
informações colidentes a respeito do tema da tributação do pix foram publicadas
em massa, gerando confusão e revolta insustentáveis em muitas pessoas. Por
pouco não houve uma convulsão social.
Uma
empresa mineira de inteligência de dados e consultoria empresarial – Quaest –
divulgou uma pesquisa que apontou a desconfiança de 67% dos brasileiros de que
o governo federal pode começar a tributar o pix, ainda que pronunciamentos
oficiais do Presidente da República em exercício e do Ministro da Economia
tenham sido em sentido contrário.
Em
outras palavras, as pessoas têm dificuldade em saber o que é verdade e o que é
desinformação. A própria imprensa precisa reaprender a se filtrar para fazer
seu papel com responsabilidade e transparência, de forma que o público sinta
credibilidade nas informações que recebe.
Uma
boa dose de crítica por parte de quem consome a informação também é
indispensável para evitar paralogismos: não é porque conseguimos enxergar
claramente o sol que ele seja exatamente do tamanho que o vemos.
Por
isso, caro leitor, muito cuidado com as matérias que os algoritmos trazem entre
as notícias do Google. Ali aparecem as informações que devem prender a atenção
do usuário. O intuito é esse.
A
inteligência artificial logo aprenderá a apurar a veracidade das informações
filtrando os conteúdos que têm credibilidade; a todos nós cabe a mesma tarefa.