quinta-feira, 24 de setembro de 2020

DIPLOMACIA É SEMPRE MELHOR

 1)O ex senador catarinense Nelson Wedekin, que escreve sob o pseudônimo Tito Guarnieri, publicou no seu blog o que eu já previra.



“O ex-juiz Sérgio Moro é uma estrela cadente. Claro, com o prestígio que acumulou nos seus anos de ouro do juizado de Curitiba, ainda é chamado para uma entrevista aqui e ali. Mas que perdeu o brilho não tem dúvida. Foi um erro talvez irreversível ter acreditado em Bolsonaro e ter aceitado o convite para o Ministério da Justiça.



Atualmente Moro leciona em duas faculdades de segunda linha e escreve e assina artigos na revista Crusoé, do site O Antagonista. Não sei como ele se sai de professor. Mas cada artigo seu – assim como os de outro colaborador da revista, Carlos Fernando dos Santos Lima, ex-número 2 da Força-Tarefa da Operação Lava Jato – é uma sucessão de abobrinhas: estilo vulgar e conteúdo pobre.” 


Agora noticia-se que Moro está inscrito como advogado na OAB. Vamos ver como se sai na advocacia, que é um campo eivado de dificuldades. Vai ter que se munir de muita calma, persistência, paciência e sabedoria.

2) Estranhei muito quando li nos jornais que um desembargador concedera uma liminar para sustar um  processo. Houve um recurso para o Órgão especial. Outro desembargador mandou que os autos baixassem ao que concedera a liminar para consertar a decisão . Alegava que a decisão não estava suficientemente embasada. Pergunto-me: não teria sido melhor apreciar assim mesmo ,sem expor o colega? Custa-me crer que a liminar não tivesse um mínimo de fundamentos.

3)Também me causou espécie a teimosia de um integrante da Alta Corte , em vias de sair pela compulsória, querendo o depoimento pessoal do Presidente da República. Está visto que o Ministro quer constranger. O que custaria simplesmente deferir a prestação das explicações por escrito?

Penso, respeitando opiniões em contrário, que os ministros do STF deveriam ter um mandato temporal e não como agora em que vão até os 75 anos. É necessária uma oxigenação.

Centenas de juristas , relativamente jovens, estariam aptos a essa tarefa.

4)Para finalizar.

Todos nós sabemos que na Europa as pessoas relutam em consumir bens importados de países que “ agridem” a natureza. Achei o discurso de Bolsonaro na ONU bem equilibrado.Mas não pode parar aí. Penso que deva encontrar-se com mandatários da União Européia, dar explicações com  lhaneza e não dizer, simplesmente que a Europa não tem mais nada para queimar porque já queimou tudo.

O que causa danos afeta o mundo todo, não importa onde. 

A diplomacia é o melhor caminho. Do contrário nosso Agro vai sofrer boicotes.


segunda-feira, 21 de setembro de 2020

AS CASAS TAMBÉM SENTEM SAUDADE

 Logo que começou a pandemia fiz como fazem os europeus, principalmente os alemães: enchi minha caminhonete de comida. E me mandei para Xangrilá. Foi uma bela providência pois estava todo mundo com medo de que faltassem as coisas. No começo eu não usava máscara. Os prefeitos do Litoral despejavam cargas de areia na praia para evitar que carros entrassem na orla. Vieram policiais fardados para tirar os passantes. Não adiantou e ninguém morreu. 

De uma semana para outra Capão, Xangri, Torres e outras menos votadas incharam. Parecia um feriadão de carnaval. Filas e filas nos supermercados. É que o pessoal, foi ficando, gostou e acabou decidindo permanecer.Dois amigos meus reformaram as casas, outros compraram imóveis colocando todos os confortos que tinham na Capital ou no interior.


Passei a administração da fazenda para meu filho Rudolf. Ele trabalha no TJRS mas vai todos fins de  semanas para ver como estão as coisas. São 550 kms de ida e 550 de volta. Guri novo, filho de fazendeira, deu certo.

A casa da fazenda portanto está bem satisfeita.

E o apartamento de P. Alegre, essa jóia do qual  vejo nosso jovem  Governador andando por entre as flores dos jardins?

Semana passada fez 5 meses que eu não ia para a minha torre de vigia, de onde vejo os palácios dos três poderes.

 Deu saudade e sábado fomos cedo a Porto Alegre.

Mas, sempre tem um mas. Os splits não queriam funcionar, todos os relógios de parede estavam loucos, cada um com uma hora, mas todos parados. As hidras dos banheiros, a cada descarga deixavam torrentes de água correndo sem parar. Tive que correr para achar onde era o registro e não achava. O zelador me salvou. 

Me ligou um colega para uma” live” urgente. Não me lembrava mais da senha do wi fi.

Bueno, fomos ver  o que havia no freezer. Achamos alguns congelados, mas todos vencidos.

Desci para voar até o supermercado. O porteiro estava bem mais gordinho e com os cabelos mais brancos.

Cada quarto e as salas têm sua TV. Me apressei para assistir a final do US Open. Os aparelhos  tinham perdido a configuração. 


Esbaforido sentei-me , lá estava ainda aberto o livro da Isabel Allende ( Muito além do inverno), na pg 58, assim como o deixara 5 meses atrás, achando que voltaria  em questão de dias.

Assim como uma criança manhosa , nossa casa , apesar de linda e faceira, fez beicinho. “Onde é que se viu, (pensava ela), me trocar por uma casa a nível do solo , logo eu, charmosa, que habito entre as nuvens. Logo a mim que sou íntima da Catedral, do Palácio Piratini e do Solar dos Câmara!”.

Pois é, as casas têm saudade..