quinta-feira, 28 de setembro de 2017

A FALSA EUFORIA DO INTER E ATÉ DO GRÊMIO

Do alto da  minha fama como bom zagueiro, tanto do Clarão de Lua, como do time da Ajuris , cuja camiseta enverguei, titular absoluto por vários anos e, mais ainda, goleador absoluto do time da Pecuária Gessinger, ( dizia para meus peões, joguem o lateral para cima que eu meto de cabeça), me permito essas considerações. Nunca sem esquecer que anulei o famoso Tramontina  numa dividida histórica no Monumental Estádio do Cruzeiro de Santiago.
O Inter acha que está classificado de antemão. Anotem aí.
O Inter, do qual sou torcedor, é um time médio, de  veteranos , como o venerável senhor Dalessandro, e de outros   atletas, fortes, varonis, musculosos, tatuados, mas que não sabem jogar futebol. A primeira virtude de um atleta de esporte coletivo é a inteligência . Levantamento de peso: é melhor não ter tanta assim.
Aposto com vocês: o futebol varzeano, como o do Brasil, vai ser anulado pela TV mostrando o futebol para a frente, vertical, incisivo, de poucos times como o  PSG, Barcelona e outros menos votados.
Meus netos serão torcedores desses times que tem  artistas.
Voltando ao Inter.
O  Campeonato Brasileiro é parelho, é um torneio varzeano sem fulgor. E o Inter, com esse time, pode cair de novo, anotem aí.
No Freio de Ouro matungo não tem chance, só cavalo com muita grana.
No futebol, torcer vai ser coisa do passado.

quarta-feira, 27 de setembro de 2017

LA BOQUERIA X MERCADO PÚBLICO DE PORTO ALEGRE



Não consigo entender o desprezo que algumas pessoas , que receberam a chance de trabalhar e morar em P, Alegre, têm contra o nosso Centro Histórico . Será porque adoram ficar enclausurados nos seus condomínios, longe das pessoas simples?
Sim, no Centro Histórico  há negros, alguns imigrantes do Haiti, tem bugigangas para vender, mas me digam se eles incomodam? Talvez a dondoquinha fique com medo da pobreza.  Na maioria do mundo é assim nas downtowns. Qual é o galho?
Pois bem, eu andava meio estafado de tanto trabalho e de tanto jogar tênis. Me mandaram repousar. Mas...
Hoje decidi visitar o nosso adorado Mercado Público. Logo me lembrei de La Boqueria de  Barcelona. La Boqueria tem mais variedades de coisas, porém tem tsunamis de pessoas se acotovelando que dá até medo. E é mais ruidosa e estressante que nosso Mercado.
Ah, já sei que vão me criticar. Mas peço que  tirem uma tarde ou uma manhã e passem no nosso Mercado. É tudo de bom. E nos corredores vão ver pessoas de família, gente risonha e calma.
E depois vão ao Gambrinus, ao Naval, a tantos restaurantes e bares e se deliciem com a delicadeza dos garçons e com a boa comida.
Hoje fui lá com Rudolf e Maristela.
Encontramos miles de amigos no Gambrinus, foi uma festa só, destacando-se Paulo Sérgio Pinto, com quem passamos horas inesquecíveis, além de outros amigos.

SOBRE ALGUNS MUNICÍPIOS GASTADORES. POR TITO GUARNIERE


TITO GUARNIERE

ESTRUTURAS PARASITÁRIAS

O Brasil tem 5.570 municípios. São portanto, 5.570 prefeitos e vice-prefeitos. São mais de 57 mil vereadores e mais de 8 milhões de funcionários municipais. Em mais da metade deles, as receitas não chegam a 10% do orçamento. Em 10% dos municípios brasileiros, 80% dos empregos é de funcionários municipais. Entre 70 e 80%, talvez mais, as receitas não cobrem as despesas: se fossem empresas, seriam empresas deficitárias, quebrariam.

A estrutura disfuncional, parasitária e ineficiente, os (escassos) recursos que se perdem nos muitos ralos de desperdício e corrupção, começam lá longe, nos municípios. Os recursos que vêm do Fundo de participação dos Municípios-FPM , da União, e dos 25% do ICMS dos estados é que sustentam a esmagadora maioria das municipalidades do país.

A partir dessa realidade, era de se cogitar de reduzir drasticamente o número de municípios, uma vez que os recursos, na instância local, são gastos nas atividades de custeio, no pagamento de salários e diárias de prefeitos, vice-prefeitos, vereadores, secretários e funcionários.

Como vivem na penúria, a função desse pequeno exército de agentes públicos municipais é o turismo mendicante, isto é, viagens intermináveis à capital do estado e à Brasília, mendigando verbas. Gastam em gasolina, passagens e diárias, mais do que conseguem obter de verbas para o município, uma vez que também os estados e a União estão em petição de miséria.

O Brasil produtivo paga mais esta conta, de uma estrutura incapaz de suprir as suas próprias necessidades. Pode haver incentivo mais eficaz para a inércia, o descompromisso de buscar soluções sustentáveis, que permitam viver das próprias pernas, e não praticamente de favor, como vivem?

Quem, não interessado diretamente, iria reclamar de fechar um terço dos municípios atuais? Quem iria lamentar a redução dessas estruturas carcomidas de compadrio e clientelismo, nas quais milhões de reais de dinheiro público são gastos em salários e benesses de chefetes políticos, oligarcas locais e seus apaniguados? Por que sustentar esses intermediários, espertalhões que colhem para si e os seus as verbas públicas, ao invés de aplicá-las em obras de infraestrutura, geração de emprego e renda, saúde, educação?

Mas ninguém pense que isso possa se modificar. Mudanças nesse estado de coisas só podem ser feitas pelo Congresso. E para os políticos de Brasília, a única coisa que interessa é a próxima eleição.

E porque iriam mudar? Não é por acaso se criaram tantos municípios novos nos últimos anos. Fazem parte do grande jogo. Nada de reforma política, partidária, eleitoral. Quando muito, um remendo aqui, outro acolá, de modo a parecer que muda alguma coisa, para que tudo permaneça como está.

Os municípios, para a maioria dos políticos, não são o espaço da cidadania, da vida comunitária, lugar onde as pessoas vivem, trabalham e sonham. São apenas o lugar onde vão arrecadar votos na próxima eleição. Prefeito, vice, vereadores, secretários, funcionários, são cabos eleitorais inestimáveis no próximo pleito, e nos futuros.

segunda-feira, 25 de setembro de 2017

ACHARAM QUE EU ESTAVA ' VIAJANDO' , VAMOS RELER O QUE EU DISSE SEMANAS ATRÁS?

sexta-feira, 1 de setembro de 2017

ESTÁ ESQUENTANDO A CHAPA

Daqui do oitavo andar do meu edifício vislumbro a Praça da Matriz e a rua na frente do Palácio repleta de manifestantes. Gostei da maioria dos discursos, principalmente dos educadores. Realmente é complicado receber só 350,00 no fim do mês. Eles são trabalhadores, cuidam das crianças e dos adolescentes, hoje deveriam estar recebendo adicionais de alta periculosidade e insalubridade, tais as condições em que labutam.
Acho que o RGS vai parar a partir da semana que vem.
Estamos colhendo os amargos espinhos do que plantamos ao longo das décadas.
É hora de absoluta severidade nos gastos. Nada  de churrascadas, viagens e diárias desnecessárias, desfile de misses de municípios pobres.
E que se pague primeiro o salário de quem ganha pouco.
Tem onde cortar. Assim, caso continue, nem mel nem porongo para ninguém.

quarta-feira, 20 de setembro de 2017

ENQUANTO CONTINUAR A PILHAGEM, NA MINHA CASA SÓ A BANDEIRA DO RGS




A verdade insofismável é que a União é predatória com muitos Estados, como o RGS, que colocam pão, carne, leite e comida na mesa do povo. A União deixa nossas rodovias ao léu , nos abandona quanto à logística, e a festa com o nosso suor  segue em Brasília.
De  minha parte, na minha casa, enquanto perdurar essa situação, fica só a  sagrada bandeira do meu Estado. A outra que, na verdade é respeitável, mas que hoje está tomada  no Poder, por muitos bandidos, fica no armário ao menos até novas eleições.

MEU DESFILE INESQUECÍVEL EM UNISTALDA
























O sucedido deu-se uns  anos atrás.
Eu " arrecém" estava engatinhando na Pecuária, nem havia chegado aos primeiros mil hectares. Mas, todo lampeiro e pimpão, comprei pilchas ( que nunca soube harmonizar), coloquei uma de minhas éguas num caminhão e fui com meu capataz participar do desfile de 20 de setembro na cidade de Unistalda.
Era um fervo de homens, velhos, crianças, mulheres, gurias, piás, tudo montado a cavalo.
Juro pelo meu deus Wotan que só um que outro doente , as pessoas de mais de cem anos e as crianças de colo  não estavam de a cavalo.
E eu  todo prosa em cima da égua.
Até que se achegou me vizinho Elizeu de Jesus e me disse:
- doutor, apeie e vá até o palanque que o prefeito dr. Ribeiro está " le" chamando.
Pois é, todo o município desfilou e a assistência acabou se resumindo ao prefeito, os vereadores  e eu sobre o palanque. 
Por essa e por outras é que os comunicadores que nunca tiraram a bunda de P. Alegre deveriam visitar a campanha para não amaldiçoarem a gauchada.
O desfile é uma verdadeira religião.

segunda-feira, 18 de setembro de 2017

A PROPÓSITO DA SEMANA FARROUPILHA


P   O  R  O  N  G  O
( por Euclides Ventura de Mello)

 

PORONGO VELHO SOVADO

NAS RODAS DE CHIMARRÃO

QUANTO ME TENS CONSOLADO

NAS HORAS DE SOLIDÃO

 

              NO RECÔNCAVO DA MÃO

              TE ANINHAS E TEU CALOR

               ME LEMBRA UM SEIO FUJÃO

               QUE NÃO ME QUIZ DAR AMOR

 

SORO VERDE AMARGO E QUENTE

QUE RETEMPERA E ENTRETÉM

ÉS O PARCEIRO SILENTE

NA ESPERA POR QUEM NÃO VEM

 

                   ÀS VEZES ME APLASTO TANTO

                   NO REENCILHAR DO PASSADO

                   QUE ME CAI NA CUIA O PRANTO

                   DEIXANDO O MATE LAVADO

 

BEM POR ISSO, DESPACITO

MEUS DIAS EU VOU GASTANDO

E SÓ MATEIO SOLITO

PRÁ NINGUÉM ME VER CHORANDO

 
                 (Euclides Ventura de Mello)-

sexta-feira, 15 de setembro de 2017

TEORIA DAS JANELAS QUEBRADAS - POR STAVROS FRANGOULIDIS

Essa teoria foi criada nos Estados Unidos nos anos 1980 e trata dos pequenos delitos que se transformam em grandes delitos e desordem social.

Em um dos experimentos, deixou-se dois carros idênticos, da mesma marca, modelo e cor, abandonados na rua. Um em bairro violento (Bronx/Nova Iorque) e o outro em um bairro tranquilo (Palo Alto/California).

Dois carros idênticos abandonados e dois bairros com populações muito diferentes.

Resultado: o carro abandonado no Bronx começou a ser vandalizado em poucas horas. As rodas foram roubadas, depois o motor, os espelhos, o rádio, etc. Levaram tudo o que fosse aproveitável e aquilo que não puderam levar, destruíram.

Contrariamente, o carro abandonado em Palo Alto manteve-se intacto.

Isso era esperado.

Agora a surpresa.

Quando o carro abandonado no Bronx já estava desfeito e o de Palo Alto estava há uma semana impecável, os pesquisadores quebraram um vidro do automóvel de Palo Alto.

Resultado: logo a seguir foi desencadeado o mesmo processo ocorrido no Bronx. Roubo, violência e vandalismo reduziram o veículo à mesma situação daquele deixado no bairro pobre.

Por que o vidro quebrado no carro abandonado num bairro supostamente seguro foi capaz de desencadear todo um processo delituoso?

Evidentemente, não foi devido à pobreza. Trata-se de algo que tem a ver com a psicologia humana e com as relações sociais.

Um vidro quebrado transmite uma ideia de deterioração, de desinteresse, de despreocupação.

Faz quebrar os códigos de convivência, faz supor que a lei encontra-se ausente, que naquele lugar não existem normas ou regras.

Um vidro quebrado induz ao "vale-tudo". Cada novo ataque depredador reafirma e multiplica essa ideia, até que a escalada de atos cada vez piores torna-se incontrolável, desembocando numa violência irracional.

Baseada nessa experiência e em outras análogas, foi desenvolvida a "Teoria das Janelas Quebradas".

Sua conclusão é que o delito é maior nas zonas onde o descuido, a sujeira, a desordem e o maltrato são maiores.

Se por alguma razão racha o vidro de uma janela de um edifício e ninguém o repara, muito rapidamente estarão quebrados todos os demais.

A mesma coisa se atribui à conduta moral. A nossa própria conduta.

Se você se permite pequenas transgressões e perde o respeito por si mesmo a tendência é de deterioração das suas forças.

Por isso é necessária uma conduta, um código pessoal que nos proteja de avarias e que tenha pouca tolerância com os agressores.

segunda-feira, 11 de setembro de 2017

OS PÁSSAROS DE XANGRI LA


Deixo assuntos polêmicos de lado, mesmo porque acabo de levar uma puteada do des. Nelson Oscar de Souza, que mora na terra do  Irma, cuja atuação foi alvo de movimentadas transmissões da CNN, que achei meio espetaculosas ( na Unistalda tem tormentas muito maiores ), mas enfim o meu querido amigo me ameaçou de colocar sal e pimenta na minha boca rota,por causa do meu linguajar na post  da sacanagem dos ,9999.
Quem sou eu para contrariar meu Juiz Corregedor dos idos de 80, no século passado?
Tá. Vamos lá.
É segunda feira e decidi voltar a Porto dos Casais só amanhã. Aproveitei para , na quietude, arrumar algumas coisas na casa.
Ocorre que há uma infinidade de pássaros aqui na praia. Desde as " curruíras" que me alertam sobre cobras, passando pelos quero queros que me avisam sobre  estranhos, até biguás e os joão de barro.
Perguntam-me os vizinhos. Porque aqui não tem sabiás? respondo: perguntem pro Prévidi que os adora, por isso que mora na Cidade Baixa.
Voltando. Pergunta-me o cara do Split:
- seu Ruy, tem uns passarinhos fazendo ninho de barro bem onde o sr.mandou  colocar o Split. Meto o lava jato neles?
- Luvirdsson, esquece o Split. Quem faz isso vai para o inferno!
- e o Split, seu Ruy.
- volta depois que os filhotes baterem asas. Tá louco ?
- guardo onde?
- Luvirdson, não sei. Guarda lá no Bali Hai ou no Galeto do Régis

MEU AMIGO MARSHALL, INTELECTUAL DOS BONS, NÃO DEIXA PEDRA SOBRE PEDRA.


Francisco Marshall é historiador e arqueólogo. Licenciado em História pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS e doutor em História Social pela Universidade de São Paulo - USP, fez estágio pós-doutoral na Princeton University (EUA) e na Ruprecht-Karls-Universität Heidelberg (Alemanha). Leciona na UFRGS. É fundador e curador cultural do StudioClio - Instituto de Arte & Humanismo, em Porto Alegre. Publicou Édipo Tirano, a tragédia do saber (EdUFRGS e EdUnB, 2000), que venceu o Prêmio Açorianos 2001.

Confira a entrevista.

IHU On-Line – É notória a crise econômica pela qual passa o Rio Grande do Sul. Para além dela, que outras crises o estado vive e por quê?
Francisco Marshall – Sete pontos:
1) Narcísica, ao modo lacaniano: pensa ser o que não é, é o que não pensa ser.
2) Política: degradação da democracia, vazio de articulação entre sociedade, partidos e lideranças, ausência de debate de alto nível para planejamento e determinação de metas, derrota da alta burocracia de Estado e do pensamento acadêmico pela insensatez de governantes despreparados.
3) Econômica e fiscal: com desindustrialização e sem projeto de desenvolvimento, incapaz de agregar valor à produção primária, incapaz de combinar pesquisa em C&T com desenvolvimento social e econômico, capacho derrotado na guerra fiscal (com a União e com os demais estados), o Rio Grande do Sul cresce como rabo de cavalo.
4) Social: persistência e mesmo expansão das favelas em cidades médias e grandes, ausência de recursos e projetos públicos para os fundamentos da cidadania (ciência, cultura, educação, espaços públicos, saúde e segurança), desmotivação da juventude.
5) Educacional: escolas públicas e professorado historicamente depreciados.
6) Moral: safados atacam princípios virtuosos movidos por fundamentalismo ideológico e ganância, com aplauso de imprensa lacaia.
7) Histórica: começou faz tempo, não dá sinais de que será superada.

IHU On-Line – O senso comum diz que o povo gaúcho é educado, culto e politizado. Onde está o acerto ou o exagero dessa afirmação? Por quê?
Francisco Marshall – Não temos homogeneidade suficiente para constituir um povo; somos uma equação desequilibrada de segmentos sociais discordantes. Há delicadeza e grossura, cultura e ignorância, lucidez e demência políticas, mas creio que predomina a inconsistência cultural, sobretudo nas classes afluentes. O trânsito é bom espelho da grossura hegemônica: não se respeita pedestre, poucos cedem espaço, não há alinhamento dos carros para facilitar o fluxo das motocicletas, autoridades preferem caçar multas fáceis a educar motoristas, há muitos acidentes e mortes, as pessoas abrem a janela do carro e jogam lixo pela janela, combate-se plano cicloviário como se fora ideia de esquerdista; isto é espelho de uma sociedade incivilizada e metáfora do que ocorre no restante da sociedade gaúcha, porto-alegrense em particular. Quanto ao politizado, fica por conta de Getúlio Vargas e Leonel Brizola , bem como das experiências do Orçamento Participativo e seu irmão cultural, o Fórum Social Mundial ; tudo no passado, sucumbido, arquivado. O eleitor gaúcho hoje elege dementes e se aliena com cara de penico. Se não está morta, a cultura política gaúcha hiberna pesadamente.

IHU On-Line – O que há de arcaico e de contemporâneo no estado?
Francisco Marshall – A estrutura produtiva básica é da era colonial (âncora na produção primária sem valor agregado – soja in natura); tal como no Brasil, as lideranças empresariais (agronegócio, comércio, indústria e serviços) não assumem seu potencial burguês e sufocam a transformação social possível pelo trabalho, o que bloqueia o futuro e produz tensão social. Parte desse atraso se reflete em lideranças de péssima qualidade e de ideologias atrasadas e improdutivas. Mais que arcaico (o princípio que pode se modernizar), este lastro é de índole retrógrada. Por incrível que pareça, temos contemporaneidade em alguns aspectos (não muitos): artes de excelente qualidade (especialmente artes visuais, cinema, literatura e música), ciência e cientistas de bom nível em vários campi, festivais culturais muito interessantes (Fronteiras do pensamento, PoA em Cena, Virada sustentável, Noite dos Museus, PoA Jazz Festival, FantasPoa Literária, entre outros), jovens com capacidade de inovação e, sobretudo, um resíduo de gente consciente, capaz de ao menos perceber e denunciar o rumo errado de muitas decisões – resistência iluminista em era de catástrofes.

IHU On-Line – O atual prefeito de Porto Alegre defende a privatização do Mercado Público. O projeto de revitalização do Cais Mauá, preparado em gestões anteriores, prevê a construção de shopping center na orla do Guaíba. O que esses fatos dizem sobre a visão de futuro para a cidade por parte das administrações?
Francisco Marshall – O principal problema de todas as democracias é a demagogia. Os eleitores votam iludidos em candidatos inconsistentes, enganados por imagens manipuladas. Estes candidatos costumam não declarar ou detalhar programa, mas uma vez eleitos aplicam pacotes ideológicos automatizados, como o caso atual do neoliberalismo de sarjeta, hoje epidêmico, que hostiliza a palavra “público” e acalenta diversos compromissos com o que chama de “privado”: os interesses de grandes corporações e mamatas para parceiros empresariais. Ademais, estes gestores (como, e.g., [Nelson] Marchezan Jr. e [José Ivo] Sartori ) simplesmente não sabem governar, não têm capacidade de estudo, diálogo, inovação, planejamento, não conseguem formar equipes de qualidade e liderá-las com inteligência e serenidade, não possuem qualquer virtude acadêmica ou conhecimento contemporâneo, então sua sujeição ideológica e seus erros, próximos da demência, tornam-se ainda mais patéticos e onerosos para a população. Para quem não sabe governar, a ideologia de pacote pronto preconiza, e a mídia lacaia ratifica: privatiza!

Nos dois casos apontados, há uma erosão perversa da esfera pública e um solapamento da inteligência contemporânea e de potenciais virtuosos. Mercado Público: o jovem prefeito tomou como alvo a palavra (público) e antes de diagnosticar qualquer problema e de examinar como solucioná-lo, na condição de gestor, aperta um botão; simplório, ineficiente, possivelmente interesseiro (alguém lucrará, e isso pode bonificar o demagogo profissional, na forma de apoios e verbas). Cais do Porto: trata-se de um projeto horrendo, que quer shopping center em área vocacionada a parque, e baseia-se em modelo de verticalização e economia concentrada, em lugar de horizontalização e economia criativa e cooperativa, recomendadas para revitalizações urbanísticas. Repleto de vícios e mesmo delitos, o projeto é protegido por agentes muito suspeitos na administração municipal (Executivo e Legislativo) e estadual, e conta com certa leniência e morosidade judiciária, aparentemente refém do medo de onerar o poder público com eventual indenização rescisória. Enquanto isso, perdemos o tempo precioso para ali desenvolver um projeto realmente bom, bonito, eficiente e contemporâneo, o qual nem requer recursos vultosos, apenas inteligência, atualidade e espírito público. Logo, enquanto a opinião pública não perceber os riscos de apoiar este tipo de políticos (demagogos inconsistentes e nocivos) e o alto preço de sua alienação social e política, estaremos expostos a muita batalha para evitar catástrofes, que podem ocorrer.

IHU On-Line – Não é curioso que os integrantes do movimento tradicionalista, de maneira geral, valorizem como atributo dos gaúchos traços rústicos, chulos e grosseiros?
Francisco Marshall – Os regionalistas defendem também valores positivos de autenticidade, lealdade e hospitalidade, gostam de poesia (mesmo que de estilo antigo), valorizam a música e o folclore, têm uma certa noção de identidade e enquanto tomam mate ou assam ovelhas estão deixando de fazer outras bobagens; então, não é perda total. Paixão Côrtes foi um folclorista à altura de Câmara Cascudo , e a cultura regionalista, com seus festivais e em seu circuito social, conseguiu gestar artistas valiosos, como Borghettinho , Luiz Carlos Borges , Mário Barbará , sem falar na família Fagundes , cheia de talentos, e outros bons valores. Creio que o maior volume de grossura é mesmo do arrogante urbano, um íncola sem cosmopolitismo, indelicado, conservador e tolo. O médico racista que lidera movimento de opinião contra as cotas sociais, por exemplo, revela uma grossura muito mais grave, aquela de quem tem acesso a recursos culturais e os desdenha em favor de interesses mesquinhos; este tipo é de uma rusticidade chula e grosseira deplorável, muito pior que a de qualquer devoto de galpão-oratório.

IHU On-Line – O senhor é curador de uma instituição inserida na vida cultural do estado. Neste campo, as produções costumam receber apoio de verbas públicas ou patrocínios privados. Qual a situação do Rio Grande do Sul no que tange aos incentivos culturais?
Francisco Marshall – O StudioClio não recebe nem verba pública nem patrocínio privado; é uma experiência visando à sustentação unicamente pela produção e consumo cultural. Como o gaúcho tem pouco hábito de consumo cultural e gosta de comprar em camelô (mesmo os ricos), a situação lá é dificílima. A LIC-RS [Lei de Incentivo à Cultura] passou por revisão recentemente, que a piorou um tanto, pois os recursos autorizados para grandes projetos são insuficientes e os para projetos menores, inexistentes, aquém da capacidade de captação e realização. No Conselho Estadual de Cultura, que emite pareceres da LIC, nota-se uma assombrosa falta de preparo técnico, pelo predomínio de indicações políticas na sua composição. Atualmente (2017), ninguém sabe onde anda ou o que faz a gestão estadual, pois a decadência é vertiginosa, sobretudo dos museus e projetos de desenvolvimento cultural. O fomento via Pronac-mecenato [Programa Nacional de Apoio à Cultura] no MinC [Ministério da Cultura] é igualmente crítico, ainda mais neste momento recessivo, em que as empresas não declaram lucro e não têm, portanto, de onde tirar recursos fiscais habilitados.

Infelizmente a meta de Sérgio Paulo Rouanet não se realizou – o desenvolvimento de uma cultura de mecenato. Atrelaram-se projetos culturais a finalidades de marketing, e nisso predominou a preferência por fenômenos de massa com pouca ou nenhuma densidade cultural em detrimento do poder de inovação dos arte-criadores, do estímulo ao florescimento pela arte e pela cultura e do desenvolvimento das relações entre arte e educação. O regime de editais temáticos e do fortalecimento das instituições realizadoras (institutos, museus, bibliotecas, centros culturais) permite contornarem-se os vícios dos programas de incentivos fiscais, mas ainda predomina a grave escassez de recursos.

No Rio Grande do Sul, ademais, vivemos o escabroso quadro de um ataque do governo estadual (Sartori) a instituições de arte, ciência, cultura e conhecimento técnico aplicado (as fundações ameaçadas de extinção), em um programa demente que atinge bases seguras do desenvolvimento socioeconômico regional; uma insensatez monstruosa. O Brasil e o Rio Grande do Sul seguem à espera de um novo modelo de fomento à cultura, mais eficiente e favorável ao desenvolvimento dos valores necessários a todas as civilizações – arte e cultura.

IHU On-Line – No cenário cultural nacional, prevalecem produções do Rio de Janeiro e de São Paulo. Há também expressões importantes de estados nordestinos, como Pernambuco. Por outro lado, artistas que trabalham no Rio Grande do Sul costumam apontar que suas obras têm pouca aceitação nacional. Isso procede? Deve-se ao quê?
Francisco Marshall – O modernismo brasileiro, patrono de nossas noções e instituições de patrimônio, orientou sua bússola para o patrimônio mineiro e para o Nordeste, efetivamente ricos em arte e folclore. Mário de Andrade e Villa-Lobos são avatares desta tendência, perpetuada desde então. O Rio Grande do Sul era sentido mais como concorrência, por possuir sua própria cultura (e economia), do que como assunto meritório; alinhava-se ao Pampa e às culturas castelhanas, longe de um mundo de praias, coqueiros, coloridos da flora tropical, lastros de lusitanidade castiça e africanidades pulsantes. Nos anos 30, ademais, especialmente depois de 1932, cresceu a hostilidade política de São Paulo contra o Rio Grande do Sul. Isto ajudou a construir a miopia incapaz de ver Simões Lopes Neto em seu esquadro real, alinhado a James Joyce e a Guimarães Rosa , e uma certa dificuldade de assimilar expoentes como Erico Verissimo e Josué Guimarães (entre outros) em sua verdadeira dimensão, máxima. Na música, porém, creio que temos expressões mais bem acolhidas, em um arco que vai de Radamés Gnattali a Yamandu Costa .

A última derrota cultural do Rio Grande do Sul foi nos anos 80 e início dos 90, quando uma geração muito talentosa foi colocar-se no Rio de Janeiro, mas explodia, na época, um produto em compota, o assim chamado rock nacional, que concentrou e quase monopolizou mídia e produção. Ultimamente, o Brasil inteiro sucumbe a uma pavorosa leva de mau gosto musical, que contamina também o Rio Grande do Sul. O ônus dessas relações desequilibradas é que artistas locais têm pouco acesso à rica economia concentrada no Sudeste e ficam condenados a atuar em um brejo com pouco vigor econômico e cultural, insuficiente para sustentar a produção efetiva dos artistas e a renovação necessária da cultura.

IHU On-Line – Há poucas bibliotecas públicas no estado, não existe uma política oficial para compra de livros e as escolas públicas estão em situação precária, justamente em um estado que desde a Primeira República era referência em educação. O que dizer deste cenário?
Francisco Marshall – Pior: um projeto da prefeitura de Porto Alegre, em parceria com a Câmara Rio-grandense do Livro, o Adote um escritor, que vitaliza ricamente literatura e produção editorial nas escolas da cidade, foi recentemente (gestão Marchezan Jr.) desfigurado, rumo ao colapso. A falta de bibliotecas é homóloga à falta de teatros, auditórios, cineclubes e centros culturais; na periferia das cidades, onde mais se necessita destes recursos, o vazio é total e trágico. As autoridades não percebem que as emanações culturais são a fonte mais virtuosa para o desenvolvimento: potencializam destinos, fomentam a autoria e a construção de símbolos, identidades e sujeitos, distribuem pensamentos e sensibilidades elevadas, mobilizam as comunidades em harmonia, ocupam o tempo com qualidade e, como percebeu Aristóteles , ajudam a cidade a purgar seus males (catarse). Como efeito complementar, mas não menos relevante, a cultura incide rápida e vigorosamente sobre os índices de violência, hoje críticos. O livro e as bibliotecas são parte deste processo; mesmo que o livro tenha uma dimensão comercial, é um bem cultural precioso, que necessita fomento. A cultura é como a democracia: sempre um bebê cheio de possibilidades, mas necessitando de alento e cuidados vários. O meu sonho cidadão é que houvesse um StudioClio público em cada distrito, bem como mais espaços culturais, em formatos variados, junto aos parques, na paisagem urbana, para o florescimento de qualidades com as quais um mundo melhor efetivamente se realiza.

IHU On-Line – Deseja acrescentar algo?
Francisco Marshall –A humanidade hoje vive diversos dilemas graves; mais graves do que os pretéritos, pois todas as forças se desenvolveram nestes 5.000 anos como vetores potentes, e hoje uns cooperam, muitos conspiram coligados, quase todos colidem. A agressividade contra o ambiente degradou o planeta e ameaça a todos. A polarização social cresceu, e o desenvolvimento conquistado segue restrito a uma parcela pequena da população. Bens vitais e simbólicos são preciosos e escassos. Retóricas e imagens perversas ocultam e ameaçam. Talvez o mais grave conflito hoje seja entre capital e humanismo. O capital alimenta-se do humano para concentrar-se, tornar-se cada vez maior – e mais devastador. Seu limite e sua única chance de têmpera é o humanismo. Não se trata apenas de embate entre direita e esquerda, mas de algo muito mais denso e grave. Olhamos para trás e vemos um patrimônio de inteligência que nos alimenta. É disso que vive o humanismo, e de onde provêm forças e possibilidades que nos resgatam da adversidade e nos nutrem para criar presente e futuros melhores para nós e para todos. Que este humanismo, que inspira a esta bela edição e a quem deseja viver em harmonia, seja também e sempre a razão para nos posicionarmos no mundo e cooperarmos. Eis o bem maior, possui graça inata e dá sentido a tudo o que fazemos, humanistas.

MAGISTRADO, ESCRITOR, FILOSOFO JOSÉ NEDEL NA ACADEMIA RIOGRANDENSE DE LETRAS


Caro magistrado Ruy A. Gessinger,

 

    Tenho a satisfação de comunicar ao caro amigo e colega magistrado, festejado autor de crônicas e histórias curtas, 

que no dia 28 do mês em curso (28-9-17), às 16 h, tomarei posse na cadeira 34 da Academia Rio-Grandense de Letras, 

em cerimônia que acontecerá no Palácio Histórico do Ministério Público, localizado à Praça Marechal Deodoro (Praça 

da Matriz), 110, em Porto Alegre. Após a cerimônia haverá um brinde para os convidados.

     Sua honrosa presença, além de engrandecer o ato, será para mim motivo de  grande e especial satisfação.

    Um forte abraço. 

    José Nedel    

 

domingo, 10 de setembro de 2017

UM CARRO POR 19.999,99

Essa é uma das mais putas sacanagens que , na minha longa vida, encontrei.
Não que vá enganar a Sssissyelli, minha secretária do lar, nem o Estultussson, zagueiro do Livres , time da 119,99 divisão do futebol das ilhas XDFVA.
Claro que os executivos dessas  firmas calhordas vão achar que tu és um babaca e vais achar que o carro custa 19 mil e pouco. O carro custa 20 mil, seu abobado!
Na minha mais recente viagem à Europa, perdi meu cabaço de inocente.Achava que jamais na impoluta Alemanha houvesse essa má fé.
Explico-me: tu e eu, caro leitor, somos mais ou menos inteligentes. Só que os anunciantes acham que somos absolutamente  débeis mentais. Acham que quando colocam  19,99, concluimos  que é só 19. E aí eles zombam de ti, tontinho.
Zombam de ti, tontinha.
Eu não compro nada de 19,999. Só sendo 20,00.
Por favor, compartilhem isso nos seus faces ou blogs, caso concordem.

sexta-feira, 8 de setembro de 2017

XANGRI-LA, O PARAÍSO OCULTO





Diz a Wikipédia, referindo-se a Shangrila:
"Shangri-la será sentido pelos visitantes ou como a promessa de um mundo novo possível, no qual alguns escolhem morar, ou como um lugar assustador e opressivo, do qual outros resolvem fugir. O romance inspira duas versões cinematográficas nas décadas seguintes.
No mundo ocidental, Shangri-la é entendido como um paraíso terrestre oculto."
Mas hoje me convenço que nossa Xangri é um milagre.
O que vi na praia hoje? gritarias, funks, baixarias?
Não.Vi jovens surfando, moços e moças  pais com suas crianças.
Como é lindo ver pais jovens  cuidando de seus pimpolhos se molhando na nossa água fria, mas pura.
Para coroar, a partir das 14 horas, um véu diáfano de quase neblina, dando um cenário celestial.

O VIRALATISMO BRASILEIRO

Zero Hora de hoje, na coluna Informe Especial, critica o gesto de  Neymar, que desautorizou o esquema de segurança, dando guarida a um menino que, ao contrário dos demais, obedientes e quietinhos, desafiou as regras.
E é isso mesmo.
Todo o esquema de segurança armado e o piá o fura, para assombro dos demais. Quem foi o espertinho? quem foi o  " Gersinho"?  que foi o herói? O possível  futuro contraventor.
Quem foram os babacas? os demais.
Então ficamos combinados. Muitos de nós saímos da favela, mas a favela teima em não sair de nós.

quinta-feira, 7 de setembro de 2017

O 7 DE SETEMBRO - O LANCINANTE TEXTO DE LISSI BENDER

Precioso quando um texto evoca outro em seus leitores. DANKESCHÖN!!! Visitei teu blog e teu texto fez-me lembrar dos desfiles de 7 de setembro durante os meus idos tempos de Mauá, com banda marcial e balizas. Diferente das tuas, as minhas lembranças não são edificantes. Começava com a dificuldade para ir à cidade aos domingos, não havia ônibus. Ou ia a pé (10 quilômetros) ou meus pais pagavam um vizinho para me levar de carro (isso quando havia dinheiro para custear). Participar não era facultativo, era obrigatório. Mas o que mais ficou gravado em minha memória, é o frio naqueles dias comemorativos de 7 de Setembro. Com saia de "tergal", meia branca curta, com blusa branca de “volta ao mundo” (lembras? Tecidos sintéticos, não aqueciam nem transpiravam) ... o vento gelado zunia cedinho de manhã fazia a festa em meu corpo franzino. Dos desfiles o frio castigando o corpo, marcou-me mais do que qualquer sentimento de patriotismo que os desfiles pudessem me ajudar a desenvolver. Aliás, patriotismo, para mim, recende à ditadura, à militares.  O meu amor à minha terra nada tem a ver com patriotismo, mas com amor e zelo pela HEIMAT – a terra em que vivo – e  Heimat para mim tem cheiro de terra molhada pela chuva depois de estio, tem aroma de terra húmida da floresta,  recende a perfume de florescência primaveril, tem gosto de frutas silvestres, de sabor de mel, de canto de coruja de madrugada, de Wasser-Hühner ao amanhecer, tem cor dourada de sol que se declina por trás do Botucarai em outubro, sol que veste de rubro o céu ao anoitecer, tem som suave de chuva ....

Entristece-me toda vez que alguém afirma que tem vergonha de ser brasileiro. Vergonhoso é o que fazem com o nosso país. A terra brasileira é dadivosa, mas submetida à exploração desde a chegada dos portugueses. Exploraram os índios, exploraram as riquezas vegetais e minerais, o trabalho humano pela via da escravidão. E a exploração não tem previsão para findar. A mais recente é entregar o Aquífero Guarani (um dos maiores mananciais de água doce do planeta – o bem mais precioso existente no país e essencial à todas as formas de vida)  à  ganância  sem limites, sem freios.
( Lissi Bender é Doutora pela Universidade de Tübingen, Alemanha)

quarta-feira, 6 de setembro de 2017

DESFILES DA SEMANA DA PÁTRIA NA REGIÃO DE SANTIAGO - RS

No meu tempo de piá, em Santa Cruz,  na volta das férias de julho começavam os treinamentos  das bandas para o grandioso desfile de 7 de setembro. Até para marchar havia  um constante ensaio. E, ó meu Deus, que alegria quando chegava o dia 7 de setembro.
Em muitas capitais e cidades grandes feneceu esse costume. As pessoas querem viajar, fugir.
Leio  no site Nova Pauta de Santiago que os militares, policiais, organizações sociais e alunos irão desfilar.
Creio que esse fervor patriótico faz bem. Temos que amar o Brasil. Foi aqui que nascemos. É um território privilegiado. Sim, passamos por turbulências, mas, com nosso esforço e com muita fé, haveremos de melhorar.
Agora me lembrei que,  num desfile de 7 de setembro em Santiago,  o Prefeito Chicão e vereadores desfilaram garbosamente.
Isso é muito bom.

sábado, 2 de setembro de 2017

A DERROCADA DO MUNICIPALISMO POR CAUSA DA IMPROBIDADE

Minha grande decepção é constatar que a grande maioria dos distritos que se emanciparam só fizeram crescer a miséria. Para se ver como uma coisa é o ideal e outra é a realidade. E o povo , no caso da região do " Nordeste" político do RGS, pena por falta de tudo. Falta de tudo por causa dos gastos absurdos e da tirania dos caciques que massacram todos que lhes fazem oposição. É festança, superfaturamento, malversação E os órgãos de fiscalização estão ocupados com outras coisas. Ou nem aparecem nos locais para onde foram lotados.
Mas vou dar a palavra ao Des. Eliseu Gomes Torres, de cuja lucidez e sabedoria ninguém duvida:
. Vamos fazer breve reflexão sobre o caos em que se transformou a vida política e administrativa deste país. Tudo começa no Município. Temos, hoje, mais de cinco mil municípios. Há uns cuja população não chega a mil almas. Mas tem Prefeito, Vice. Secretários, uma Camara de Vereadores, com assessores, advogado, Chefe de Gabinete, o escambau . Não é possível suportar o custo disso. Quando fui Vereador, Cachoeira era um Município próspero, com distritos idem.Tinhamos quinze vereadores e, salvo um, que era um operário, todos os outros não recebiam remuneração. Havia uma modesta ajuda de custo, que era pequena e todos nós outorgamos procuração para que a casa da criança recebesse. Era – e é – uma sessão por semana, `a noite de segunda feira, sem qualquer prejuízo da atividade de cada um. Hoje, todos são muito bem remunerados e ainda têm Chefe de Gabinete, assessores e um consultor juridico por bancada. Multiplique-se isso por cinco mil e aí teremos explicação para a penúria dos Municípios"

sexta-feira, 1 de setembro de 2017

ESTÁ ESQUENTANDO A CHAPA

Daqui do oitavo andar do meu edifício vislumbro a Praça da Matriz e a rua na frente do Palácio repleta de manifestantes. Gostei da maioria dos discursos, principalmente dos educadores. Realmente é complicado receber só 350,00 no fim do mês. Eles são trabalhadores, cuidam das crianças e dos adolescentes, hoje deveriam estar recebendo adicionais de alta periculosidade e insalubridade, tais as condições em que labutam.
Acho que o RGS vai parar a partir da semana que vem.
Estamos colhendo os amargos espinhos do que plantamos ao longo das décadas.
É hora de absoluta severidade nos gastos. Nada  de churrascadas, viagens e diárias desnecessárias, desfile de misses de municípios pobres.
E que se pague primeiro o salário de quem ganha pouco.
Tem onde cortar. Assim, caso continue, nem mel nem porongo para ninguém.