terça-feira, 20 de dezembro de 2016

CRÔNICAS REAIS DE NATAL, MAS QUE SOAM IRREAIS HOJE

Meu pai era comerciante. Seu armazém ficava na rua Thomas Flores, 876. Nossa casa, no número 864, ao lado. Em Santa Cruz.
O Natal, naquela época, era dia 25 de dezembro.
Dia 24 era um dia como qualquer outro, de trabalho.
Dia 24, portanto, eu ajudava meu pai, que era representante da Coca-Cola para Santa Cruz, a carregar a Dodge com engradados e os levar aos restaurantes e clubes.
Dia 24 de noite era como qualquer outro: antes da janta todos ajoelhados  em torno da mesa, para rezar o terço. Um pouco em alemão e um pouco em português.  Janta normal: arroz, feijão e carne.
Dia 25, sim, era Natal. Acordávamos cedo para olhar, junto ao pinheirinho, o que o Papai Noel havia trazido. Era um só presente para cada filho. Nada mais.
Depois, as maravilhosas missas na catedral, a duas quadras de nossa casa. Eu era coroinha e, naquele tempo, as missas eram rezadas em Latim.
Voltávamos da missa e embarcávamos para Boa Vista, a 17 kms de santa Cruz, onde moravam nossos avós.
Minha mãe e minhas irmãs desembarcavam onde morava a vó Bertha Etges.
Eu seguia com meu pai mais um quilômetro, onde morava  meu avô Rudolf Gessinger e minha avó Rosa Klafke .
Na vó Bertha havia cachorros, arma de caça, vacas, cavalos.
No vô Rudolf: taças de cristal, piano, cítara, violinos.
Por que minha mãe não seguia com meu pai para a casa do vô Rudolf?
Aguarde o próximo capítulo.
Nas fotos, o que sobrou a casa do vô Rudolf e, na última, da vó Bertha.