domingo, 10 de julho de 2011

AINDA O MIO-MIO

O des. Alfredo Foerster, que foi juiz de direito em São Borja, honra-me com o envio de uma carta eletrônica. Ei-la:

A indevida ingestão de mio-mio !
 
Desde tempos de Espumoso e São Borja - RS este assunto já intrigava minha mente. 
Interessante esse contínuo problema que os bovinocultores enfrentam ao lidar co'a
criação de suas reses; até é curioso que todos animais vacuns não sejam dotados de
uma espécie de faro indicador de PARE; e assim a evitar intoxicar-se de modo fatal.
Isso inda me faz lembrar meus cães, em maioria 03 (três) enormes, mas amáveis e dóceis dogues alemães; pois é, no pátio da casa costumam rondar enormes sapos;
e cediço é que suas peles são revestidas de um tipo de resina peçonhenta, o que
faz com que, automaticamente, os canídeos se afastem desses repelentes batráquios !
Se bem que - parece - o gado dito aquerenciado é instintivamente mais cauteloso ao não 
ingerir essas plantas maléficas e indigestas ao seu sensível rumens !
A síntese acima e tratada por meu dedicado colega Ruy, ali ele se referia semoventes recém
adquiridos e durante a tropeada, em viagem, e por restarem demasiadamente esfaimados é que se envenenaram ao ingerir indevidamente a nefasta planta!
 
Alfredo Foerster,
quiçá extemporaneamente, mas achado oportuno complementar.
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Prossigo eu. Achei o comentário abaixo no site da UFSM:
Diagnóstico final
Intoxicação por B. coridifolia (“mio-mio”).
Comentários
B. coridifolia é uma das plantas tóxicas mais conhecidas no sul do Brasil. Ocorre também em São Paulo, em grandes áreas do Uruguai, norte da Argentina e Paraguai. No Brasil a planta é popularmente conhecida como mio-mio e nos países de língua espanhola como romerillo. A intoxicação espontânea afeta principalmente bovinos, menos freqüentemente ovinos e raramente eqüinos. Tem sido reproduzida experimentalmente em várias espécies incluindo bovinos, ovinos eqüinos e coelhos. As lesões induzidas por B. coridifolia são principalmente confinadas ao trato gastrintestinal. Embora a planta seja mais tóxica durante a floração (outono), a intoxicação espontânea ocorre todo o ano. Doses de 0,25-0,50 g/kg da planta verde em floração podem causar a morte de bovinos. No período de brotação, 2g/kg são necessários para o mesmo efeito. De acordo com esse dado, a concentração de princípio tóxico é 4-8 vezes maior no período de floração. Quando secada, B. coridifolia retém cerca de 50% de sua toxidez por, pelo menos, 17 meses. Vários fatores influenciam o aparecimento da intoxicação por B. coridifolia. Bovinos que são criados em pastagens onde existe B. coridifolia, raramente, ou nunca, consomem a planta. Tipicamente a toxicose ocorre quando animais que desconhecem a planta (criados em pastagens livres de B. coridifolia) são transferidos para pastos infestados por mio-mio. Os riscos da toxicose aumentam consideravelmente se, quando transportados, os animais são submetidos a fatores estressantes como fadiga, fome ou sede. A intoxicação tem sido relatada também em cordeiros lactentes no primeiro mês de vida, quando começam a pastar.
A intoxicação por mio-mio em bovinos é uma doença aguda. Os sinais iniciam 5-30 horas após a ingestão da planta e as mortes ocorrem 3-23 horas após o início dos sinais clínicos. Os sinais clínicos consistem de anorexia, timpanismo discreto ou moderado, instabilidade dos membros pélvicos, tremores musculares, focinho seco, corrimento ocular seroso, fezes secas ou diarréia, salivação excessiva, sede, respiração rápida e trabalhosa, taquicardia e inquietude.
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RESUMO DA ÓPERA, PROSSIGO EU:
De campo onde cresce o mio mio tu podes comprar gado e levar para onde quiseres. De onde não tem, como em Pelotas, levar para Unistalda , São Borja, Itaqui, é perigoso.
Tem umas simpatias, como esfregar mio mio na boca dos animais.
Todo o cuidado é pouco. O mais aconselhável é deixar os animais descansarem após chegarem, encostá-los no açude e os deixar pastejando  numa pastagem sem mio mio. depois, soltar no campo e ir correndo para se ajoelhar na frente do Pe. Reus....