RUDOLF GENRO GESSINGER
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No próximo domingo, completo 28 anos de idade.
No
meu aniversário me sinto tanto sonhador quanto nostálgico; vaqueano em algumas
coisas, cru em outras. Estou convencido de que uma vida sem sonhos não tem
valor, nem cor, nem amor por si própria.
Fico
feliz em todo 10 de março por ser o réveillon em que quem é meu comemora junto
comigo. Correm os anos e sempre os mesmos se sobressaem para me oferecer
consolo, conselhos e carinho nos meus maus momentos: faço questão da presença
deles quando organizo alguma comemoração.
Tem
pessoas que nunca esquecem de me mandar parabéns e essas me surpreendem a cada
ano com o carinho que demonstram.
Sempre
me lembro também da alegria de ligações que não chegam mais, de gente querida
que já se foi. Era um evento no meu dia quando a tia Estelinha ligava para me
dar parabéns; curiosamente, ela detestava o próprio aniversário.
Considero
fundamental para o desenvolvimento pessoal e social das crianças as festinhas
com o máximo de amiguinhos possível, balões, bolo, doces e refrigerantes (sei
que se deve evitar o excesso de açúcares independente da idade, mas os
aniversariantes merecem especial tolerância). Afinal, se dependesse das
crianças, todos os outros dias do ano teriam aquela mesma alegria pela vida.
Tive
umas quantas festinhas de aniversário divertidas, mas confesso que mesmo o
Rudolf criança sempre preferiu o calmo testemunho do tempo que presta quem tem
mais idade.
Quantas
histórias me contou Nico Fagundes, bah!
Meu pai, disparado, é quem mais gosta de contar os causos e vivências dele. Ajudei a compilar seus melhores textos num livro, inclusive. Seguido pego esse livro - intitulado Trilhas, Rumos e Enroscos - e leio numa sentada.
Recentemente, li de cabo a rabo o livro Causos e Patacoadas do meu amigo e ídolo Nenito Sarturi, num voo entre Rio de Janeiro e Porto Alegre. Recomendo a leitura dessa obra mesmo para quem não é familiarizado com as expressões e tradições campeiras.
Por
todas essas razões, resolvi que meu aniversário desse ano vai ser um churrasco
pro "velharedo", composto de amigos mais velhos e parentes. Eu mesmo
vou assar e servir a carne para o pessoal, como aprendi frequentando as casas
das famílias de meus melhores amigos em Santiago, capital da qualidade de vida.
Em
volta das quantas histórias que vou conhecer ou relembrar, vai pairar a alegria
de ainda ter junto de mim meu "velharedo" e de perceber que a
história de uma vida é a casa que a gente constrói com muitos tijolos
emprestados pelos outros.