quinta-feira, 24 de junho de 2021

O PREÇO DA CARNE 2

 Não há ditado mais certo que este: “ Quem compra terra não erra”.

Não me refiro às chácaras e áreas muito pequenas. Respeito, todavia, quem compra para seu lazer e recreio.

Eu falo em  em áreas  produtivas. Bem administradas elas desvendam muita alegria e ainda são fonte de renda.

A terra  garante contra surpresas de ver  alguns   investimentos sumirem como fumaça. A terra é teu abrigo.Sendo produtiva, sempre alguém vai querer comprar.

É salutar  termos  em mente a possibilidade de aumentar a área. Por isso creio não ser  aconselhável  gleba pequena cercada por proprietários que nunca vão  permitir uma expansão. E o importante é, se possível,   comprar áreas contíguas. A despesa vai ser ínfima: os maquinários e a mão de obra serão os mesmos.

Dito isso quero dizer que o espectro da pecuária mudou bastante

  de 10 ou 20 anos para cá. Os filhos dos proprietários rurais foram estudar e voltaram com mil inovações. Hoje , na pecuária, as fêmeas são inseminadas, existe a transferência de embriões. A monta natural por touros é quase só para  repasse das fêmeas falhadas .

O Brasil, portanto, está muito bem no agro.

Um amigo  meu que trabalha e mora na Alemanha me disse, recentemente , o seguinte : “ a carne alemã aqui é fraca.A picanha é dura e não há cortes disponíveis para grelha. A turma  coloca linguiças na grelha e carne no forno ou defumador.”

“ É outra cultura. E a costela bovina  que se encontra aqui é a pré pronta, defumada e temperada. Dá para enganar , mas não é a mesma coisa. O bom aqui são as linguiças.”

Sem embargo de tudo isso, penso que churrasco como aquele de anos passados, com a graxinha pingando, a costela que nem era roída e já se pegava outra, os fazendeiros dando vacas de presente para alguma festa, isso acabou, ao menos por enquanto.

Quem sou eu para aconselhar. Creio que devemos esquecer um pouco a picanha que, muitas vezes, nem picanha é , e prestar atenção em outros cortes, bem mais baratos, que vão muito bem numa panela. E porque não comprar um osso buco e fazer um ensopado de lamber os beiços?

Encerro dizendo que fui relativamente bem nos  meus negócios, mas não quero ser professor de ninguém. Penso que em todos os negócios deve haver  qualidade: a qualidade se defende. Não adianta muito oferecer produto fraco . O comprador vai dizer: “não era bem isso que eu queria”. 

Em tempo: estou de acordo com o Ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre o desperdício de comida no Brasil. E agrego: o desperdício se dá  em todas classes sociais.

Sem exceção.