“Michelle, ma belle
Sont les mots qui vont très bien ensemble
Très bien ensemble”
Impressionante. Até
eu, calejado, maroto nas curvas da vida, peleador, homem de brigar com filhos e
netos, dizendo que quem dorme demais termina pobre; logo eu, que aprendi ser a
maior maldição se comover por coisas simplórias e golpistas, seguindo, por
exemplo, alguns grupos pseudo religiosos caça níqueis, logo eu que tomei
ferro vida a fora, até fome passei quando morava na casa da UESC, na Tomás
Flores, em Porto Alegre, nos anos sessenta, estudando na gloriosa UFRGS, até eu
chorei emocionado. As lágrimas não eram de crocodilo, sem embargo da
inefável beleza de Michelle, a esposa de Bolsonaro
e seu ballet de libras. Mais ainda me
comoveram as lágrimas da tradutora e os beijos na boca, selinhos, da
Michelle em Bolsonaro. Que espetáculo surpreendente; Michelle, la belle, deu um
show, abanou, muito mais do que seu combalido consorte esfaqueado. Um cara que
convive com uma mulher assim, esse taura é de fundamento.
Depois vieram o vice
eleito, com sua cabeleira de asa de graúna, mais preta que noite de
tormenta, o meu querido amigo Lorenzoni e outros menos votados, todos assinando
o papel com a caneta Bic. Olha só: usar a caneta Bic é uma afronta à Mont Blanc.
E se fosse mil anos atrás, um agravo à Parker 51.
Que lance!!
Podia, na hora da assinatura, vazar tinta, sujando os punhos engomados
dos escolhidos. Ao revés, a Mont Blanc mostraria o poder e a nobreza. Mas, me
indago, por que assinar? Se hoje é tudo digital?
Não bastaria
Bolsonaro dizer que tinha escolhido e pronto? Quem ousaria confrontá-lo? Quem
sabe receio de uma liminar de um juiz de plantão num sábado à meia noite, num
dia de feriadão?
Bolsonaro optou pela
Bic. Optou porque quer mostrar que é despojado, que ao assinar não
mostrou um relógio de ouro como Collor, ou um Tag Heuer ou, pior ainda, um
relógio de algibeira folhado a ouro?
Ok, até aqui meu
querido leitor, minha amiga que me lê já sestrosa.
Seguinte: eu votei no
Bolsonaro e quero que tu e eu possamos ter a frau Glock ou um 38 legalizado em
casa, não quero que mexam para pior na reforma trabalhista, quero um governo
que não persiga injustamente, usando um demônio chamado burocracia, os empresários.
Mas teria havido um
pouco de populismo?
Ou não...Vamos ver o
que vem por aí.