quinta-feira, 25 de junho de 2015

AINDA SOBRE NICO FAGUNDES - BELO ARTIGO DO DR. FRANKLIN CUNHA. PROFESSORAS E PROFESSORES, LEIAM PARA SEUS ALUNOS.


 

EM DEFESA DAS CAUSAS PERDIDAS

 

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Au soir Du 14 juillet 1789, La Bastille est aux mains dês insurges Parisiens. Le Duc de Liancourt vient em informer le Roi Louis XVI. Celui-ci lui demande : “ Mais, c´est une revolte ?; et Liancourt de repondre au Roi de manière visionaire: “ Non Sire, c´est une révolucion !”

 

No dia seguinte deste diálogo caiu a Bastilha e a terapêutica do Dr. Guilhotin foi aplicada ao Rei com grande eficácia ou como devem dizer ai na Unistalda:: “ TiRo dado , bugio deitado “. O inverno gaúcho é tiro certeiro em quem lida em idade com os “catrevingts”, como o saudoso Nico.

Lembrei-me do diálogo de Luis XVI com seu ministro,Duc de Liancourt, porque se eu fosse o duque e se me perguntassem o que Nico fez na vida, eu diria: “ Uma incansável tentativa de provocar uma revolução numa causa perdida. E esta causa, a meu ver, são certos costumes , comportamentos morais, éticos e culturais disponíveis irregularmente  aos diversos segmentos populacionais, os quais se encontram  eliminados  ou manipulados pelos saberes e poderes  da técnica e da dita modernidade financeira mundializada. 

O trabalho artístico de Nico Fagundes, Alcy Cheuiche, Manoelito Savaris ,Moacyr Flores, Demétrio Xavier e muitos outros, destacados lutadores pela manutenção de nossos autênticos valores culturais, não são suficientemente divulgados e até  mesmo sabotados pelo que se chama de “ meios de comunicação” , título que soa como um verdadeiro e perfeito  oximoro.

Gilles Deleuze nos obriga a parafraseá-lo dizendo que

“ As vias de comunicação são veículos de palavras de ordem, a produzir clichês que são impressos, fono, televisionados e disseminados por toda uma interminável cadeia.

E embora tentemos escapar desse fluxo pseudo-interativo, ele não nos permite por ser tirânico e despótico”. Corremos, assim,  o risco de não mais pensarmos e deixarmos para os meios elaborar esta nobre capacidade humana.

]Ainda Deleuze: “ A quantidade de redundâncias que somos obrigados  a deglutir todos  os dias é acachapante “ .

Ele chama isso de “impulsos psicomagnéticos”, aos quais  a gente responde com uma espécie de automatismo corporal e mental. Diante de uma situação como a que somos submetidos, não há outra escapatória a não ser mobilizar alguma inventividade e criar,mesmo numa escala diminuta, o tipo de ação cultural  que, por exemplo Nico Fagundes realizava.Mas as pequenas concessões que a difusão eletrônica permitia e permite é muito pequena  quando comparada com as matérias e temas divulgados maciça e continuadamente dia e noite em todos os horários ditos nobres definidos pelo  número de audientes, videntes  e leitores que atingem. Aos milhões.

Quando o Canto Alegretense diz que “ gosta desta terra que amei desde guri “, e que “para encontrá-la devemos seguir os rumos de nosso coração “, representam   lindas e profundas queixas de quem percebe que nossa terra e nosso coração estão sendo perdidos na voragem bulímica dos meios utilizados por corporações comercias que visam muito objetivos,  menos  a manutenção e  estímulo de nosso autêntico  e saudável  subjetivismo rio-grandense e brasileiro. 

E hoje, e cada vez mais no futuro, sofreremos as consequências destas práticas de difusão informativa e que avassalam de forma filistina causas nobres mas, a meu ver,  já perdidas

,Franklin Cunha - Médico
 
ACRESCENTO EU - ESCRITOR EMÉRITO E CIDADÃO EXEMPLAR