EM DEFESA DAS CAUSAS PERDIDAS
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Au soir Du 14 juillet 1789, La Bastille est aux mains
dês insurges Parisiens. Le Duc de Liancourt vient em informer le Roi Louis XVI.
Celui-ci lui demande : “ Mais, c´est une revolte ?; et Liancourt de repondre au
Roi de manière visionaire: “ Non Sire, c´est une révolucion !”
No dia seguinte deste diálogo caiu a Bastilha e a
terapêutica do Dr. Guilhotin foi aplicada ao Rei com grande eficácia ou como
devem dizer ai na Unistalda:: “ TiRo dado , bugio deitado “. O inverno gaúcho é
tiro certeiro em quem lida em idade com os “catrevingts”, como o saudoso Nico.
Lembrei-me do diálogo de Luis XVI com seu ministro,Duc de
Liancourt, porque se eu fosse o duque e se me perguntassem o que Nico fez na
vida, eu diria: “ Uma incansável tentativa de provocar uma revolução numa causa
perdida. E esta causa, a meu ver, são certos costumes , comportamentos morais,
éticos e culturais disponíveis irregularmente aos diversos segmentos
populacionais, os quais se encontram eliminados ou manipulados
pelos saberes e poderes da técnica e da dita modernidade financeira
mundializada.
O trabalho artístico de Nico Fagundes, Alcy Cheuiche,
Manoelito Savaris ,Moacyr Flores, Demétrio Xavier e muitos outros, destacados
lutadores pela manutenção de nossos autênticos valores culturais, não são
suficientemente divulgados e até mesmo sabotados pelo que se chama de “
meios de comunicação” , título que soa como um verdadeiro e perfeito
oximoro.
Gilles Deleuze nos obriga a parafraseá-lo dizendo que
“ As vias de comunicação são veículos de palavras de
ordem, a produzir clichês que são impressos, fono, televisionados e
disseminados por toda uma interminável cadeia.
E embora tentemos escapar desse fluxo pseudo-interativo,
ele não nos permite por ser tirânico e despótico”. Corremos, assim, o
risco de não mais pensarmos e deixarmos para os meios elaborar esta nobre
capacidade humana.
]Ainda Deleuze: “ A quantidade de redundâncias que somos
obrigados a deglutir todos os dias é acachapante “ .
Ele chama isso de “impulsos psicomagnéticos”, aos
quais a gente responde com uma espécie de automatismo corporal e mental.
Diante de uma situação como a que somos submetidos, não há outra escapatória a
não ser mobilizar alguma inventividade e criar,mesmo numa escala diminuta, o
tipo de ação cultural que, por exemplo Nico Fagundes realizava.Mas as
pequenas concessões que a difusão eletrônica permitia e permite é muito
pequena quando comparada com as matérias e temas divulgados maciça e
continuadamente dia e noite em todos os horários ditos nobres definidos
pelo número de audientes, videntes e leitores que atingem. Aos
milhões.
Quando o Canto Alegretense diz que “ gosta desta terra
que amei desde guri “, e que “para encontrá-la devemos seguir os rumos de nosso
coração “, representam lindas e profundas queixas de quem percebe
que nossa terra e nosso coração estão sendo perdidos na voragem bulímica dos
meios utilizados por corporações comercias que visam muito objetivos,
menos a manutenção e estímulo de nosso autêntico e
saudável subjetivismo rio-grandense e brasileiro.
E hoje, e cada vez mais no futuro, sofreremos as
consequências destas práticas de difusão informativa e que avassalam de forma
filistina causas nobres mas, a meu ver, já perdidas
,Franklin Cunha - Médico
ACRESCENTO EU - ESCRITOR EMÉRITO E CIDADÃO EXEMPLAR