Acho que a hipótese de discutir a
legalização da maconha não é ruim. A questão é: Ou nós mesmos (pela média da
maioria) nos impomos alguns limites ou então não devemos achar que podemos
discutir isso e não discutir aquilo. Vejam bem: o que pensaríamos de uma
multidão defendendo, por exemplo, o estupro ? É uma coisa inimaginável para
qualquer um de nós, mas e se tiver gente a favor ?
Vejam o caso da venda de meninas para
casamento. Sabemos que isso é tolerável e até incentivado em algumas culturas.
Em nome do multiculturalismo devemos aceitar que se promovam passeatas e
encontros no nosso país para defesa dessa tese, pois certamente tem gente que é
a favor.
Como reagiríamos a uma concentração
na qual fosse defendido o direito de todos poderem se picar com agulhas
contendo entorpecentes, porque, como sabemos, muita gente é a favor ?
E mais ainda, que tal encontrarmos um
grupo de pessoas defendendo o direito de que alguém possa assaltar outrem para
tirar alguma coisa porque esse tem mais bens que o assaltante ?
Claro que sei que as leis não
permitem nenhum desses casos. São contravenções, crimes, etc...etc... Então,
qual o nosso critério para permitir a liberação de um e não de outro ? Só tem
um: o pensamento da maioria (a média sempre). Nesse caso algumas idéias e
posições saem prejudicadas : saem, mas é o único jeito, na minha opinião, de
conseguirmos definir o que é bom e o que é ruim para a sociedade como um todo.
Tenho um amigo que gosta de um
baseado e diz que esse não faz mal. Direito dele, mas nego-lhe o direito de
fazer a apologia disso.
Os liberais extremados, ao que sei,
acham que realmente tudo deveria ser permitido, porque ao fim a própria
sociedade saberia definir o seu destino. Com todo o respeito a quem pensa
assim, acho que isso seria o fim da sociedade.
Desculpem não fazer citações de
famosos. Mas as vezes a vivência do dia a dia nos autoriza a dar a opinião.
O assunto é comprido e certamente vai
gerar folhas e folhas de argumentação. Melhor que seja assim do que terçar
armas (no sentido lato da palavra).
Abraços
Hermes Dutra