sexta-feira, 16 de maio de 2014

AINDA A MACONHA - SCRIPTA PHILOSOPHORUM I ( Magnífico texto de LEOMAR FETTER )


Minha série dos Scripta Philosophorum está restrita a quem ao menos leu o Curso de Filosofia do Regis Jolivet...hehehe
vamos ao texto do mestre magistrado Fetter:
 
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Mesmo bem antes de chegar aos setenta já cogitava que esse negócio de marchar contra a maconha – até por singela adesão aos interesses dos ianques – sob alguns critérios mais inquisitivos, poderia demonstrar que se está, sim, em plena marcha da insensatez... Algo inexplicável (será?) se robustece quando se admite o comércio do tabaco, do álcool. E quejandos (de qual quejandos me hablas, cára-pálida? Do açúcar, vivente!. Da farinha de trigo!).

 

Desse primeiro parágrafo o leitor poderia retirar a conclusão de estar dedicado à leitura de um aficionado maconheiro. Faça bom proveito! Mas, na realidade, quer-se dizer que, dentre tantas dúvidas – e, das coisas seguras, a mais segura é a dúvida, disse-o B.Brecht – algo de sinistro deve se elevar para impedir a cultura do cânhamo, semente a qual garante o mais fino e durável cordame. A linha que há de produzir a mais natural, distinta e perene peça de vestuário.

 

Não  interessa ou motiva, aqui, investir noutra argumentação. O objetivo, apenas, está limitado a garantir que essas dúvidas – aquelas que tanto atormentam, quanto salvam. E esclarecem, quando enfrentadas com coragem e polidas de preconceitos – merecem e exigem, talvez, um mínimo incentivo. Corajosamente, em algumas situações. Afinal, se um homem consegue se distanciar da cerveja (depois de alcançar a glória de uma barriga bem fornida) nele não se haverá de identificar medos ou possibilidades de fracassos quando lhe interessar o distanciamento desse ou daquele hábito.

 

Deuses não habitam entre os humanos. Logo, ao insensato homem, resta garantido, também, a glória do acerto. Para o erro, os círculos do inferno já estabeleceram e reservaram a culpa.  Mais, avulta dispensável.