Antes de publicar o mail do Mendelski, quero dizer que tenho traumas de ser descendente de alemães. Na escola primária os coleguinhas, filhos de pessoas do centro do país, recém chegados em Santa Cruz, onde em casa falávamos só alemão, nos chamavam de nazistas, de quinta-colunas, de nazistas. E só tínhamos 8 anos...que culpa tínhamos aos 8 anos?
Mas vamos ao mail do Mendelski
Ruy:
O ilustre e respeitado Dr. Franklin Cunha participou da roda de amigos do teu
blog. Levantou uma questão importante na comparação do Brasil com a Alemanha: a
idade daquela civilização, erguida com todos os conflitos históricos por ele
citados e a nossa, com pouco mais de 500 anos. Sem dúvida, uma tese digna de
reflexão que nos leva a outras como o desenvolvimento do Japão e da Coréia,
ambos destruídos por guerras, uma delas atômica. Sem querer discutir o avanço
da medicina alemã (e ele cita os horrores nos campos de concentração), vale
lembrar que a Coréia do Sul é o mais "jovem" país desenvolvido e rico
que em 40 anos saltou de uma situação, digamos tanzaniana, para um patamar
sueco. Tudo - rigorosamente tudo - baseado no investimento em educação. Por que
o Brasil, mesmo com "apenas" 500 anos, não investiu em educação? Será
que não poderíamos ser uma Coréia do Sul se nossos políticos não fossem ladravazes
e se nosso sistema educacional ensinasse lições de cidadania, em vez de dotar
nossas escolas com cartilhas que ministram aulas de homossexualismo e
disseminam ódio infantil ao capitalismo e loas ao MST? O Maranhão não seria
mais habitável se os Sarney estivessem banidos da vida pública? Ou o Brasil
para crescer e se desenvolver vai precisar do determinismo histórico de passar
por uma tragédia social (uma guerra de secessão, uma revolução sangrenta, uma
invasão externa)? Somos (fomos) historicamente generosos com nossos imigrantes?
Ou os largamos no meio da bugrada com meia dúzia de ferramentas e com o
conselho: "Boa sorte, gringada e se virem..." Os núcleos de
imigrantes cresceram e se tornaram grandes cidades pela cultura trazida do
Velho Continente ou por que adotaram a já existe esperteza nacional? Será que
acabar com a safadeza de nossas "lideranças" leva tanto tempo como
levou a Alemanha? E as lições da História da Humanidade não foram oportunidades
de se "queimar etapas" para atingirmos um patamar decente de
civilidade? Será que nossos "caldos culturais da pátria" são,
efetivamente, os Marcolas, os Beira-Mares, os Delúbios, os Genoinos, as
chuteiras, os editais fraudulentos, os embargos infringentes, os MCs, as
novelas, o ECA, as arenas da Copa que crescem na razão inversa dos
hospitais, as lições do "você sabe com quem está falando"" que
os detentos da Pedreira e do Central dão às nossas autoridades contrariando
nossas leis e aplicando sumariamente a pena da morte, Amigo Ruy, que contribuição
polêmica nos traz o médico e intelectual Dr. Franklin Cunha! Com a devida
vênia, queremos mais participação do Dr. Franklin!!! Rogério
Mendelski