Andava pela sala, notebook na mão, às gargalhadas, dizendo -
desta vez tu não me pegas, esperto! - já tinha decidido me fazer passar por
ausente. Não que eu não pudesse contar alguma gauchada de baile, afinal, eu
também fui adolescente e até smoking usei, na tentativa de arranjar
alguma "estância" pra casar.
Fui olhar a publicação no blog, como sempre faço, pra ver
como tinha ficado a edição e contar mais uma visita na contabilidade, e dou de
cara com o outro "aventureiro romântico" [por favor, não te ofende
com o título Confrade Mendelski] que novamente caiu na armadilha do blogueiro
malicioso, pensei.
Claro que li, ou devorei, o texto do Mendelski
imediatamente. Começa bem no tom, ou tons pastel, daqueles bailes de
antigamente [que palavra dolorosa!], chego a ver - bordas do filme meio
enevoadas - as gurias de "coque"(?) nos cabelos e pouca, quase
nenhuma, maquiagem. Só quero retocar que o "cano" na minha terra era
"carão" e dançar a noite inteira, as velhas diziam, "de par
efetivo", quase um compromisso, um noivado em perspectiva.
Corta pra 2009. E o Mendelski se transfigura em Saul [com o
perdão da má comparação, meu confrade], me poupa a redação e o discurso.
Acredito até que escrevo tão pouco e tão mal por causa do "meu santo"
que vai baixar no "terreiro do ilustre jornalista".
Tenho certeza que só usei a palavra rosto nesta expressão,
"rosto colado". Como aquela velhinha, personagem do Érico Veríssimo
em o Tempo e o Vento, leitora dos folhetins do Correio do Povo, para quem as
palavras vinham casadas, "plebe ignara", "adrede
preparado"...
Cumprimentos aos dois, um pela beleza do texto e outro pela
coragem de se meter a dançar tango numa tradicional "milonga porteña"!
Meu fraterno abraço... Ivan