No meio da manhã, veio a mim uma notícia que aliviou o
ambiente povoado por trabalhos a serem realizados e pelas provas finais que estão
vindo. Fui chamado para assistir, no Palácio Piratini, a entrega do Prêmio
Moacyr Scliar, o mais importante do Rio Grande do Sul nesse quesito, ao meu
professor Altair Martins, autor do livro de contos vencedor “Enquanto
água”.
Questionado se queria ir, pulei da cadeira de
entusiasmo e respondi que sim, é uma honra representar uma instituição
de ensino, o Rosário, em um prédio do poder público, assim como quando fui chamado para ir
a uma palestra no Ministério Público. Às duas da tarde saí do colégio com a
vice-diretora, duas coordenadoras e com quatro colegas que presidem o grêmio
estudantil rosariense, do qual também sou membro. Passada toda a solenidade,
fui em busca do governador de nosso estado, que tinha entregue o prêmio a meu
professor. Pedi licença para uma das coordenadoras para ir e me vi cercado por
outros escritores, ministros e pessoas muito mais velhas e importantes que eu,
esperei minha vez para dar um oi para o Tarso.
O que me surpreendeu foi que ele veio ao meu encontro
dizendo “Como tu tá, Rudolf”. Disse que estava feliz por participar de um
evento como aquele.Da mesma forma ,respondeu o Governador quando perguntei como
ele se sentia. Aproveitei a fala para comentar que eu aprovo e valorizo a
iniciativa do governo do estado de incentivar a carreira de escritores
principiantes. Contei que sou aluno do premiado e que ele é um educador
fantástico, pelo vasto conhecimento que tem e pela forma acessível como se
expressa. Também argumentei que o Altair era um fruto do trabalho do Estado
pois ele frequentou muito bibliotecas estaduais e, também, públicas.
Juntamente com o prêmio, cinco mil exemplares do livro vencedor serão
distribuídos por bibliotecas em todo Rio Grande do Sul.Disse ao Tarso que com
essa medida, mais talentos literários serão lapidados.
Para não atrasar muito o dia dele, dei adeus ao
governador e disse que meus pais gostam e falam muito dele. Desejando
lembranças a eles, Tarso se despediu de mim. Voltei à companhia de meus colegas
rosarienses e não evitei de comentar “viram? É meu primo, meu parceirão” eles
riram, sabendo do parentesco que temos. Agradeci à toda a direção do Rosário,
em meu regresso ao colégio, por me convocarem a participar de um evento daquela
importância.