terça-feira, 14 de maio de 2013

A SIMPLICIDADE DE TARSO

Meu filho Rudolf Genro Gessinger, de 17 anos, me relatou o seguinte:


 No meio da manhã, veio a mim uma notícia que aliviou o ambiente povoado por trabalhos a serem realizados e pelas provas finais que estão vindo. Fui chamado para assistir, no Palácio Piratini, a entrega do Prêmio Moacyr Scliar, o mais importante do Rio Grande do Sul nesse quesito, ao meu professor Altair Martins, autor do livro de contos  vencedor “Enquanto água”.

  Questionado se queria ir, pulei da cadeira de entusiasmo e respondi que sim, é uma honra representar uma instituição de ensino, o Rosário, em um prédio do poder público, assim como quando fui chamado para ir a uma palestra no Ministério Público. Às duas da tarde saí do colégio com a vice-diretora, duas coordenadoras e com quatro colegas que presidem o grêmio estudantil rosariense, do qual também sou membro. Passada toda a solenidade, fui em busca do governador de nosso estado, que tinha entregue o prêmio a meu professor. Pedi licença para uma das coordenadoras para ir e me vi cercado por outros escritores, ministros e pessoas muito mais velhas e importantes que eu, esperei minha vez para dar um oi para o Tarso.

  O que me surpreendeu foi que ele veio ao meu encontro dizendo “Como tu tá, Rudolf”. Disse que estava feliz por participar de um evento como aquele.Da mesma forma ,respondeu o Governador quando perguntei como ele se sentia. Aproveitei a fala para comentar que eu aprovo e valorizo a iniciativa do governo do estado de incentivar a carreira de escritores principiantes. Contei que sou aluno do premiado e que ele é um educador fantástico, pelo vasto conhecimento que tem e pela forma acessível como se expressa. Também argumentei que o Altair era um fruto do trabalho do Estado pois ele frequentou muito bibliotecas estaduais e, também, públicas.  Juntamente com o prêmio, cinco mil exemplares do livro vencedor serão distribuídos por bibliotecas em todo Rio Grande do Sul.Disse ao Tarso que com essa medida, mais talentos literários serão lapidados.

   Para não atrasar muito o dia dele, dei adeus ao governador e disse que meus pais gostam e falam muito dele. Desejando lembranças a eles, Tarso se despediu de mim. Voltei à companhia de meus colegas rosarienses e não evitei de comentar “viram? É meu primo, meu parceirão” eles riram, sabendo do parentesco que temos. Agradeci à toda a direção do Rosário, em meu regresso ao colégio, por me convocarem a participar de um evento daquela importância.