Já fui meio abobadinho. Teve até um ano em que liguei para todas as mulheres que conhecia dizendo
- feliz dia da mulher,Sissielly!
- feliz dia da mulher, Matiieelissy!
Como minha vida se deu ao contrário: de anencéfalo progredi para um cara mais ou menos flagrado, principalmente depois que me tornei criador de vacas e queimei todos os meus livros jurídicos, e, por isso, tive tanto sucesso na advocacia ( fiquei só com a Teoria Geral e me tornei sucinto), agora posso fazer minhas confissões, porque não tenho mais medo de me mostrar desnudo.
Parabéns Previdi. É isso : chega de datas. Que coisa mais horrível o Parabéns a Você,principalmente o estribilho com bateção de brahmas e copos cheios de moscas.
Voltando ao Papa. Só o Vargas Llosa e eu acertamos o motivo de Benedito, ops, Bento, ter pedido as contas.
Estava de saco cheio com o mundo ,pior que o da Idade Média, em que nos encontramos.
Ele fala 8 línguas, lê, é um homem fino.
E a Humanidade gosta de hip hop, cheeseburger e pizza.
Eu entendi o cara e por isso também larguei qualquer coisa que tenha mais de 6 pessoas.
Um pedacinho de Vargas LLosa:
"Não era um homem
carismático nem um comunicador, como Karol Wojtyla, o papa polonês. Era um
homem de biblioteca e de cátedra, de reflexão e de estudo, seguramente um dos
pontífices mais inteligentes e cultos que a Igreja Católica teve em toda a sua
história. Numa época em que as ideias e as razões importam muito menos que as
imagens e os gestos, Joseph Ratzinger já era um anacronismo, pois pertencia ao
grupo mais seleto de uma espécie em extinção: o dos intelectuais. Refletia com
profundidade e originalidade, respaldado por uma enorme informação teológica,
filosófica, histórica e literária, adquirida na dezena de línguas clássicas e
modernas que dominava, entre elas latim, grego e hebraico. Embora concebidos
sempre dentro da ortodoxia cristã, mas com um critério muito amplo, seus livros
e encíclicas ultrapassavam com frequência o estritamente dogmático e continham
reflexões inovadoras e ousadas sobre os problemas morais, culturais e
existenciais do nosso tempo que leitores ateus podiam ler com proveito e,
muitas vezes - como aconteceu comigo - com profunda perturbação. Seus três
volumes dedicados a Jesus de Nazaré, sua pequena autobiografia e suas três
encíclicas - sobretudo a segunda, Spe Salvi, de 2007, dedicada à análise da
natureza bifronte da ciência que pode enriquecer de maneira extraordinária a
vida humana, mas também destruí-la e degradá-la - têm um vigor dialético e uma
elegância expositiva que as destacam nitidamente entre os textos convencionais
e redundantes, escritos para os convictos, que, há muito tempo, o Vaticano
costuma produzir."