terça-feira, 4 de dezembro de 2012
O QUE VALE UMA CONVERSA SENTADA
Conversa sentada é uma expressão do meu querido professor de Direito Constitucional na UFRGS, Paulo Brossard. Antepõe-se à conversa apressada e interrompida a todo momento.
Hoje nos reunimos, um grupo de amigos: o Rogowski, o Foerster, o Loeffler, meu filho Armando e eu. Local: o majestoso restaurante da Sociedade Orpheu , a centenária sociedade. Cadeiras confortáveis, ar condicionado, gente falando baixo, ou melhor sussurrando, como fazem as pessoas sadias , educadas e de berço. Nada de TV ou som ambiente.
Servi-me sopa de legumes, de língua com ervilha e purê, filezinho com ovo frito, abacaxis e mamão.
E água mineral.
Filosofamos muito e lá pelas tantas eu disse ter voltado a acreditar num Criador depois que passei a observar melhor a Natureza, lá na estância.
O Foerster ( pronuncia-se Fêrster) alega que nunca narrei isso no blog. Narrei sim, ele que está precisando de Fosfosol. Mas repito, então.
As novilhas de três anos, em sua primeira prenhez, quando se aproxima a hora de parirem, ficam com o úbere cheio ( estão " amojando"). Na hora de nascer o terneirinho elas usam sua " memória", cumprem um ritual e quando o rebento cai no chão, lambem-no, empurram-no um pouco e dali a minutos o filhote está mamando e caminhando. De onde vem essa aptidão?
Outra coisa: ovelhas e vacas gostam de formar " jardins de infância". Deixam seus filhotes sob a guarda de uma responsável e saem a pastar. Ante a aproximação do único estranho - o Homem - a " jardineira " dá o alarme e as mães voltam correndo.
Quando se carneia uma vaca gorda, no local do sangue as que passam por ali mugem e mugem como se estivessem pranteando a colega.
Os patos e gansos são todos pais da ninhada, tenham ou não coberto as fêmeas.
Tudo isso é fruto do acaso?