"Continuando nosso delicioso papo virtual , digo
que o código genético é mais influente do que o meio. Somos uma combinação bio-psico-social
(código genético, este imperante, os impactos psíquicos de nossa trajetória
existencial e a camada social onde estamos inseridos). Mas código genético não
é determinismo, a genética propõe e a vida dispõe.
As mudanças que ora nos estarrecem decorrem de
um simples fato: pela primeira vez na história, são os jovens (até as crianças)
que ensinam os pais. O avanço tecnológico muito rápido, a informática, os
controles-remotos, etc, inverteram, precocemente, a ordem natural das coisas.
Hoje, dependemos dos filhos para muitas atividades, é ou não é? E nunca foi
assim, durante muitos séculos. Esta inversão talvez tenha criado, na mente dos
jovens atuais, uma falsa ilusão de que estão prontos e não há o que aprender
com a geração mais velha, pois eles sabem tudo. Como os hormônios estão
fervilhando e o hedonismo é imperioso, o resultado está aí.
Alguém ainda acredita que os jovens irão
namorar, de mãos dadas, como fazíamos? Já que estamos “musicais”, lembram da
música “A praça”, de Carlos Imperial, cantada por Ronnie Von? “Hoje eu acordei
com saudade de você, beijei aquela foto que você me ofertou, sentei naquele
banco da pracinha só por que foi lá que começou o nosso amor”. Pois não há mais
foto para beijar, está tudo no smartphone ou no Facebook. Não há mais idas à
pracinha, pois ela está tomada de usuários de “crack”. O pipoqueiro já era,
pois temos pipocas de microondas.
Recentemente, uma escola muito importante de
Porto Alegre abrigou um fato estarrecedor: devido aos furtos de livros da biblioteca,
a escola instalou câmeras no local. Mas o que conseguiu flagrar foi uma aluna
DE TREZE ANOS praticando sexo oral num colega de também treze anos. Escândalo
deflagrado, pais chamados, Ministério Público idem, o garoto alvo do “felatio”
declarou que estava espantado de ouvirem só a ele, pois a menina já havia feito
a mesma coisa com todos os colegas de sua classe. Agora, voltem seus
pensamentos, novamente, para a letra da música “A praça”. É possível que esta
menina namore à moda antiga, já que, aos treze anos, já tem mestrado e
doutorado nas práticas sexuais?
Concluíndo, eu desconheço a saída do caos que
estamos vivendo. Fico feliz de não ter mais filhos pequenos e acho que a
escola, outrora reduto de saber e respeito, hoje, ao meu ver, é um local onde
sabe-se lá com quem nossos filhos irão conviver.
Abraços,
Laís"