ESTÃO INSUPORTÁVEIS!!
Um exemplar do abominável!! |
Muito bom, excelente o fim do frio insuportável. Estávamos em agosto e parecia verão - 30 graus, por aí. Estava tão bom que os ipês resolveram antecipar a florada. Porto Alegre ficou ainda mais bonita. Dá gosto caminhar pela Redenção.
É, acontece que sempre tem o lado ruim.
Vivo na rua da República, na Cidade Baixa. Uma rua muito bonita. Jacarandás e algumas frutíferas. Paralelepípedos parelhinhos ao invés de asfalto. E, há alguns meses, a Prefeitura colocou novas luminárias e eu me atrevo a dizer que é uma das ruas mais bonitas da cidade. Claro que tem defeitos, em função da proximidade da Redenção. Muitos pedintes, mas não incomodam muito.
Aliás, nada me incomoda na República.
Não, não. Isso é uma pequena mentira.
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Quando foram acesas as novas luminárias, uma cunhada sentenciou:
- Com toda essa iluminação tu vais sofrer muito.
E eu:
- Como assim?
- Ué, estás gostando de sabiás?
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Putz, vocês não imaginam!! Os sabiás estão enlouquecidos - ou melhor, as fêmeas cantam as madrugadas inteiras. Cantam, não. Ficam fazendo aquele barulho desafinado, ridículo.
Na noite passada, por exemplo, acordei umas 20 vezes, porque uma enlouquecida está fazendo um ninho no jacarandá bem na frente da janela do meu quarto. Pipipipripipripipipripri. A MADRUGADA INTEIRA!!
Me disseram que elas ficam chamando os machos.
Lá pelas 4 da madrugada fui na sacada e, acreditem, não dá pra enxergar nenhum bicho, até porque eles são escuros e se confundem com os galhos.
É uma desafinação impressionante. Na Redenção, então, é de chorar!!
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O que mais irrita é que quando clareia elas param. Aí vão dormir.
A ESBÓRNIA É MESMO NA MADRUGADA!!
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O negócio é tão chato que eu tenho um amigo, o Gilberto Gil, que foi funcionário da CEEE, que se mudou. Está morando na rua Sarmento Leite, quase esquina com a Lima e Silva. "Prefiro o barulho das pessoas do que a gritaria desses sabiás", diz ele. Aliás, quando ele morava na República, queria comprar uma espingarda de chumbinho, mas seus familiares não deixaram, porque poderia ser preso.
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Por isso, quando posso, vou para a praia.
Lá não tem sabiás.