Amigos: hoje é uma data muito sentimental para mim. Eu ainda era jovem de 28 anos quando assumi meu cargo de juiz de direito em Santiago. Cargo que ninguém queria aceitar - não vale a pena recordar por que. Mas eu aceitei o pedido do Presidente do TJ, Des. Pedro Soares Muñoz, casado com uma satiaguense. Fui sem medo. O asfalto terminava em São Pedro. Perdi o cano de descarga do meu Corcel na Serra do Chapadão. Mas fui feliz e me dei bem.
Cheio de energia, me aproximei do Tenente Jacques, que organizava o Cruzeiro. Participei da primeira diretoria como 1. vice-presidente.
Tinha um guri sério, parecia o Koeman, aquele zagueirão holandês. Pouco dado a risos, levava a sério tudo. Um dia, impressionado com seu magnetismo lhe disse ( ele sempre falou e confirmou isso para seus amigos e filhos):
- Chicão, se não te perderes pela linha de fundo, ainda vais ser prefeito de Santiago.
Chicão Gorski não morreu naquele acidente. Ele é o símbolo da garra santiaguense.
Estou em Arroio Grande, na Feovelha: é impensável Maristela ( presidente da associação nacional de criadores de ile de france) e eu não comparecermos.
Então uma lágrima por ti, Chicão. Hoje o povo vai chorar muito também antes do jogo.
Mas chorar faz bem.