quinta-feira, 28 de outubro de 2021

FENÔMENO NO LITORAL NORTE 2

Por vezes me pergunto: por que os humanos gostam demais de se agrupar? Porque a vida fica mais segura e cômoda? Mas por que em cidades com milhões e milhões de pessoas?

E aí minhas lembranças vão para dezenas de anos atrás. Entrava-se num  Banco e encontrava-se centenas de pessoas datilografando, outras com maquininhas Facit fazendo cálculos, no balcão os atendentes e assim ia. Hoje uma só pessoa faz todo esse serviço. Há anos que não entro num banco.

Por que a pessoa vai ao seu escritório se não tem encontro com ninguém e a sua própria casa tem todo o aparato para sua espécie de trabalho?

Um juiz precisa ir ao fórum para elaborar sua sentença?

Vamos agora pensar na pessoa que se aposentou e mora numa megalópole. De sua  janela vislumbra como paisagem a parede do vizinho. Penso que se essa pessoa puder, deve vender aquela moradia e ir morar numa cidade pequena. Não há porque ficar nesse emaranhado que é a megacidade.

No caso de Capão da Canoa e Xangri-Lá devo admitir que não possuem paisagens tão lindas como algumas praias de Santa Catarina. Ocorre, todavia, que você sai de Porto Alegre e menos de duas horas depois está na praia. Não há superlotação, o ar é puro e o seu melhor vinho você encontra em qualquer supermercado.

Antigamente se adquiria  um freezer enorme e se trazia víveres para a orla. Hoje há  tudo o que você quiser, com a melhor qualidade.

Há alguns anos não havia consultórios médicos ou odontológicos  em Xangri-Lá. Hoje há inúmeros. O sistema de saúde funciona muito bem.

Perto da minha casa  havia um buraco grande na rua. O que fiz? Liguei para o nosso prefeito “Celsinho” e horas depois estava solucionado o problema .

Creio que em breves anos o trabalho remoto vai imperar. 

Preocupa-me, todavia, o desaparecimento de muitos empregos que hoje perderam sua razão de ser. Minha mulher, por exemplo, compra muita coisa pela internet sem precisar de atendentes. No caso do Mercado Livre o produto chega pontualmente à tua casa.

Penso que o Estado tem que dar mais ênfase  às escolas técnicas em que o aluno saia com um emprego garantido. 

Para finalizar: meus ternos e minhas gravatas estão mofando nos armários do nosso apartamento em Porto Alegre. Os sapatos, outrora reluzentes e de marca, jazem numa prateleira, pois perderam seu lugar para os tênis. As calças tiveram que dar lugar aos os moletons.

E mais: camisetas, calções, jeans que me apertavam,  agora voltaram triunfantes,  sem academia nem nada, pois os  jogos de tênis e as caminhadas fizeram seu trabalho. 

É  como se diz em Santiago: “tá ruim, mas tá bom”.