Após longo período de ausência entre os (as) “Luminares”, em que aprendi um
pouco mais sobre os mais variados assuntos que por aqui desfilaram, fruto e
produto da sabedoria e do conhecimento de cada um, eis que, diante do
palpitante e preocupante tema que é colocado sobre a mesa – a greve dos
caminhoneiros – ouso dar o meu “pitaco” a respeito. Minha análise e/ou
observação dos fatos é meramente perfunctória, não me aprofundando nem buscando
culpados ou responsáveis, até porque, creio, que teria de retroceder
significativamente, no tempo, na medida em que o transporte ferroviário,
fluvial, lacustre, marítimo e aéreo não recebeu os investimentos que eram
necessários para não ficar refém do rodoviário. Assim que não pretendo opinar
se governo ou caminhoneiros possuem razão, até porque a matéria é bastante
complexa e, certamente, há conotações e infiltrações de natureza política,
quando estamos a cerca de 4 meses das eleições presidenciais, fazendo-se uso
das redes sociais em profusão, onde surgem e viralizam, com toda força, as
propaladas e disseminadas “fakenews”.
O que mais me chama a atenção e aflora, neste grave período de crise de todos
os matizes, é a insensibilidade e o amadorismo governamental, a par do
despreparo em lidar com situação dessa natureza, a qual nunca haviam
enfrentado, sendo, pois, neófitos.
Enumeremos alguns episódios e declarações para a avaliação de cada um:
1.
Aumento do preço da
gasolina e do óleo diesel, diariamente, contabilizando até 5 aumentos semanais;
ora se é possível revisar ou aumentar o preço somente após 60 dias, por que já
não se adotou esta periodicidade ou, ao menos, que fosse mensal? Não é preciso
ter muitas luzes para concluir que aumentos diários repercutem negativamente no
seio da população, quanto mais daqueles que vivem do transporte e necessitam do
combustível;
2.
O frete, ao seu
turno, não acompanhou a mesma evolução...;
3.
Não houve garantia
de que o preço, nos postos, apresentaria, desde logo, a redução de R$ 0,46 por
litro do diesel. Ora, pretender encerrar um movimento e desmobilizar uma
categoria que, ao abastecer, encontra o mesmo preço contra o qual se insurgiu
é, também, com a devida vênia, uma ingenuidade. Se tal já não bastasse, um dos
ministros interlocutores (são vários que se manifestam e não apenas um, gerando
dúvidas e contradições) chegou a afirmar que “o governo não pode exigir que os
donos de postos vendam o seu produto com o preço reduzido, enquanto não
esgotarem seus estoques, pois os adquiriu com preço superior” então vigente. É
bem razoável e plausível que assim o seja, mas tal declaração também inibiu, a
meu ver, o retorno. Ademais, como bem o sabemos, quando aumenta o
combustível, não se mantém o preço anterior até acabar o adquirido com preço
menor e, sim, eleva-se, desde logo, não havendo coerência nem equilíbrio em tal
sentido;
4.
Negociação com quem
não tem procuração nem representatividade efetiva decorrente de uma assembleia
previamente convocada ou com apenas parcela das entidades
representativas, não é boa prática;
5.
Anunciar que a
redução do preço do diesel será compensada com o aumento de alíquotas de outros
impostos, pode até ser uma necessidade; todavia, para quem pugna por
melhores condições que visem aumentar seu ganho, fácil é concluir que irão
trocar seis por meia dúzia. De que me adianta ter uma redução aqui se vou ter
uma elevação ali na aquisição de bens de consumo ou de primeira necessidade. O
mais grave é que, hoje, se buscou emendar, corrigir e/ou melhor explicar tal
majoração, de que não será bem assim etc.
Por essas e outras como,
por exemplo, pretender a aprovação de uma Reforma da Previdência, sem o apoio
popular e congressual, além de comparecer, pessoalmente, ao prédio que ardia em
chamas, em São Paulo, oportunidade em foi agredido e hostilizado,
necessitando de proteção, é que se conclui revelar o governo uma
insensibilidade a toda prova, necessitando de melhor orientação e
aconselhamento.