Não sei porque, mas me invoco com as noites iluminadas. Acho que a mãe Natureza também não gosta.
Recentemente fiz um périplo por uma região agrícola da Alemanha
. Hospedei-me num belo Hotel, no alto de uma elevação. À noite, da sacada do meu apartamento, via um mar de luzinhas. A cada tanto uma vila, um povoado, uma cidade. Fiquei um pouco melancólico.
Isso me reporta à nossa Fazenda, em Unistalda - RS, em que há muitos capões de árvores nativas e onde, realmente, as noites são imunes à luz artificial. Recordo, agora, um episódio muito gostoso
.
Recém tínhamos adquirido uma área, contígua à nossa, do Sérgio Brum Pinto. A chamada Fazenda da Capela.
Por ela flui uma caudalosa e límpida sanga, com suas matas ciliares de frondosas árvores nativas.
Pois num dia 31 de dezembro, uns quinze anos atrás, peguei um trator, atrelei num reboque e montei acampamento à beira do mato e da sanga. Coloquei uma lona por cima do reboque e uns colchões e estava feito nosso quarto de dormir. Maristela e o Rudolf foram de caminhonete.
Fiz fogo ao relento e sobre uma improvisada trempe assamos linguiça campeira . Tudo acompanhado com pão feito em casa.
Maristela e eu contemplando as estrelas , sem rádio, nem TV nem celular.
Fomos deitar 10 da noite sob a vigilância das corujas.
Durante a noite ouvimos roncos de bugios e o farfalhar das folhas com a ação da tépida brisa.
Quando começou a clarear os jacus iniciaram sua festa junto com mil pássaros.
Entramos para dentro da sanga para o banho matinal natural.
Relutei muito para voltar à sede da estância, onde a internet já havia fincado o pé.....