Sim, " nosce te ipsum", conhece-te a ti mesmo.
Penso ser fundamental, para uma vida mais ou menos sem sobressaltos e retilínea, conhecer e re+conhecer as feras que nos habitam.
A Humanidade sempre teve, aqui e acolá, a salutar prática de a pessoa se retirar, de tempos em tempos, para pensar, meditar, refletir. Para tanto, o isolamento não era difícil, a população era mais rarefeita do que hoje.
De muito me serviram os chamados " retiros espirituais", em que ficávamos recolhidos às vezes por três dias, sem poder conversar, apenas lendo ou ouvindo palestras.
Quem já não sentiu vontade de parar com tudo, desligar a TV e o rádio e ficar quietinho?
Será? Como viver sem o celular? e o face?
Eu não tenho face, nem terei. Não sinto necessidade de alardear quantas vezes tomei banho hoje ou que comprei a Lamborghini do Eike.
A " ida para o deserto" como tantos profetas já fizeram, pode muito ajudar na reorganização das idéias. O " retiro", com o distanciamento, faz com que possamos ver melhor a pequenez do que no aturdimento nos parece grande.
Penso não haver como se conhecer a si próprio no meio do alarido, nem que seja virtual.
Daí o meu distanciamento gradativo de postagens no blog.
A felicidade é uma consciência solitária.
Por isso acho problemático dizer: MUITAS FELICIDADES . Por que o plural?
Felicidade, além de ser difícil e até perigosa de ser alardeada, é sentimento de inefável paz que só o silêncio e a reserva podem desvendar. É segredo de si para si.
Daí eu não entender porque querem me convidar para sair à noite e não aceito. Como explicar que gosto de dormir cedo e assim sou feliz?
Melhor não tentar explicar.
Conhecer a si mesmo pode doer, no começo....