O Natal, naquela época, era dia 25 de dezembro.
Dia 24 era um dia como qualquer outro, de trabalho.
Dia 24, portanto, eu ajudava meu pai, que era representante da Coca-Cola para Santa Cruz, a carregar a Dodge com engradados e os levar aos restaurantes e clubes.
Dia 24 de noite era como qualquer outro: antes da janta todos ajoelhados em torno da mesa, para rezar o terço. Um pouco em alemão e um pouco em português. Janta normal: arroz, feijão e carne.
Dia 25, sim, era Natal. Acordávamos cedo para olhar, junto ao pinheirinho, o que o Papai Noel havia trazido. Era um só presente para cada filho. Nada mais.
Depois, as maravilhosas missas na catedral, a duas quadras de nossa casa. Eu era coroinha e, naquele tempo, as missas eram rezadas em Latim.
Voltávamos da missa e embarcávamos para Boa Vista, a 17 kms de santa Cruz, onde moravam nossos avós.
Minha mãe e minhas irmãs desembarcavam onde morava a vó Bertha Etges.
Eu seguia com meu pai mais um quilômetro, onde morava meu avô Rudolf Gessinger e minha avó Rosa Klafke .
Na vó Bertha havia cachorros, arma de caça, vacas, cavalos.
No vô Rudolf: taças de cristal, piano, cítara, violinos.
Por que minha mãe não seguia com meu pai para a casa do vô Rudolf?
Aguarde o próximo capítulo.
Nas fotos, o que sobrou a casa do vô Rudolf e, na última, da vó Bertha.