DES, GUINTHER SPODE
"Carpe diem, quam minimum credula postero",
como escreveu Horácio, poeta da Roma antiga, antes de Cristo, em sua obra
literária "Odes".
"Aproveite o dia de hoje e confia o mínimo possível
no amanhã".
Não penso assim.
Claro que temos de aproveitar o presente e vivê-lo
intensamente, mas também temos de confiar e acreditar no futuro.
Talvez esta tenha sido uma das inúmeras mensagens que
Jesus nos deixou.
Um bom e abençoado fim de semana a todos.
Abraços.
Guinther
LISSI BENDER - DOUTORA PELA UNIVESIDADE DE TüBINGEN
Afirma a sabedoria popular – die Volksweisheit – , dass
das Leben ein Fluss ist, dass man nie zweimal in dasselbe Wasser taucht - que a vida é um rio, que nunca se mergulha duas vezes
numa mesma água - . As
pessoas mudam, os lugares mudam. Restaurantes mudam as cadeiras, o cozinheiro,
o garçon ou fecham. Mas há lugares aos quais nunca deixamos de sentir o desejo
de retornar e, de tanto os revivermos, revisitarmos, de tanto reencontrarmos as
flores que a cada estação são outras, passam a fazer parte de nós, tornam-se
nossa andere Heimat.
Em lugares de trabalho, na maioria das vezes, a
relação é profissional e quando esta se rompe, esvai-se o tênue fio que a
nutria. Já as amizades dependem, em muito, dos laços que as unem. Quando estes
se desfazem, amigos se voltam para outros amigos e não adianta querer
reavivá-los quando apenas ficaram presentes na memória.
No entanto, há um elemento perenizador na vida:
tudo quanto vivenciamos com a alma presente, tudo que toca
profundamente a alma, permanecerá indelevelmente presente em nós. São laços de
ternura perenes neste mundo em constante mudança. Estes, quando verdadeiros,
não haverá o que os possa extinguir e, sempre que almas ligadas por laços de
ternura se encontram, independente do tempo, vivenciarão o encanto que as une.
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DES. NERIO LETTI
Tem toda a razão o colega ilustre Des. aposentado Ruy
Armando Gessinger, conhece a vida e seus meandros, sabe por experiência
própria, pelo fato de ter passado e a vida lhe ensinado, os prazeres e os
azares. Nada pior, por exemplo, a um Juiz, que foi Juiz em certa Comarca
distante, quando ele, era jovem. Vinte anos depois, voltar à Comarca. Não deve
fazer isto. Que tristeza. Ainda mais para os lados do pampa do nosso RGS. A
cidade decaiu, não progrediu, pelo contrário regredidu. Os amgos se foram. O
trem não existe mais. A Estação Ferroviária está abandonada, cheia de capoeira
alta, o frigorífico, está fechado e não abatem mais bois, nem enlatam, na
entre-safra a famosa hervilha Coração de Manteiga e no brazão da cidade
campeira, consta o dístico, " capital da hervilha"...Veja só. Tudo
sumiu na voragem do tempo e no torvelinho econômico.
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Entrementes,
voltando ao inicio, não é nada bom voltar às antigas cidades onde moramos. Dá
uma tristeza. Imaginem visitar Cacequi, sem o trem, sem a ferrovia, sem os
ferroviários, sem a sopa do meio-dia e o carreteiro, e a chegada e a saida dos
trens da VFRGS - fervilhando de cargas, de pessoas, de dinheiro. Era uma
lindeza. Hoje, é uma tristeza. Não há mais o apito do trem.
Nesta
dialética que estamos vivendo, e como dizia o José Paulo Bisol, gênio, da minha
geração - o magistrado, o filósofo, o poeta, o músico, o escritor, o
radialista que foi bom no rádio e na TV, no programa, da manhã,
- " Bom dia mano " - com a
Balala Campos, no TV Mulher - o Bisol era bom em tudo, inclusive jogou muito
bem futebol, como centro-avante ( se chamava center-forward) -
dos juvenís do Juventude, de sua terra natal, Caxias do Sul, nos tempos
de quem sustentava o Juventude era o famoso Alfredinho Jaconi - e daí o nome do
estádio do Juventude Alfredo Jaconi - Este Aflredinho Jaconi é uma
lenda em Caxias do Sul. Tinha um motociclo e arrecadava a turma jovens para
jogar nos "filhotes" do Juventude, no campo atual, que era a séde
campestre do refinado Clube Social Juventude da elite caxiense, Um luxo, no
centro da cidade até hoje. Cuidava da copa. Lavava as camisetas e o uniforme,
treinava o time, fazia de tudo, nos anos 40-50 - antes do
profissionalismo e dos empresários do futebol - e era empregado nos
grandes silos de cevada, ainda existentes, da Cervejaria Continental, cerveja
que marcou época. Um dia, foi tragado pela cevada, milhares de toneladas,
e morreu sufocado no meio dos grãos da cevada que era succionada pelo tubo para
ir para a produção da gostosa cerveja. Tragédia que comoveu Caxias do Sul.
Pois
bem, o Bisol, hoje, , recluso,no condominio do centro
de Osório, se meteu ou o meteram na Politica, foi Senador, Candidato a
Vice-Presidente com Lulla e renunciou, o grande Bisol, hoje, reside, perto da
Lagoa do Marcelino, onde tinha a estação ferroviária do trem que ligava Osório
a Palmares do Sul, nos caminhos do litoral para ir até Torres, pelas Lagoas, na
próspera navegaçáo fluvia, de então.
Diante
disso tudo, Bisol, diria, como sempre dizia dos empréstimos da Caixa Econômica
Estadual e que eram a tortura dos Juizes, que viviam dependurados, nos famosos
"papagaios" ( empréstmos) e das demoras da Justiça,
recursos e mais recursos. - "Vivemos no torvelinho
e na circularidade dialética dos recursos e dos "papagaios"" .
Portanto,
juntando o dito de Ruy Gessinger - " Aproveitem o dia"
e "façam a hora" com o dizer de Bisol, sobre a
dificuldade financeira dos Juizes e a lerdeza da Justiça - vamos
elevar um hino de fé e de esperança em nosso Brasil, gigante que dorme em
berço esplêndido, e não devemos nos abater, de forma alguma e enfrentar
as dificuldades com serenidade e naturalidade, pois, para tudo na vida, há uma
solução. Nem que venha do céu e do Espirito Santo. Como uma língua de
fogo,sobre nossas cabeças. E que num milagre transformou os apóstolos de homens
rudes e sem estudo, em sábios, filósofos e pregadores.
Por
isso proclamamos a um só tempo _ " Carpe Diem"
- Aproveitem o dia de sol, sem vento, pois a neblina
baixa, deste sábado, que encobre P. Alegre, quando subir vem o sol
que racha.
Nério
"dos Mondadori" Letti.